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O Censo Demográfico 2022 só foi realizado por imposição do STF. Se dependesse do miliciano e de Paulo Guedes, o Brasil seria um transatlântico enferrujado navegando em mares revoltos em noites escuras.
É preciso lembrar que a edição do Censo, prevista para 2020, viveu dificuldades desde sempre. Em 2019, o (des)governo definiu uma redução do questionário para diminuir o custo de R$ 3,2 bilhões para R$ 2,3 bilhões. Em 2020, a pandemia impediu a pesquisa de ir a campo e no ano seguinte o genocida cortou os recursos do Orçamento previstos para o Censo, o que levou à intervenção do STF.
O Censo é instrumento fundamental para definir políticas públicas. É como o check-up para ministrar recomendações médicas. Os primeiros dados são quantitativos, mas ainda virão à tona informações sobre grau de instrução, perfil de moradia, orientação sexual e idade, entre outros.
O levantamento indica que Serra Negra tem 29.894 habitantes, alta de 13% em relação à pesquisa anterior, de 2010. O crescimento da cidade é o dobro do verificado no País.
De acordo com o IBGE, a população brasileira teve na última década crescimento de 6,5%, passando a 203.062.512 habitantes, a sétima maior população do mundo.
Além de ficar abaixo do projetado, de 212 milhões de habitantes, o crescimento populacional teve média anual de 0,52%, a menor expansão desde 1872, quando foi feito o primeiro Censo do País, por determinação do Imperador D. Pedro II.
Esse crescimento desacelerado impõe desafios à economia, com impacto na expansão da atividade e mudanças nas políticas públicas de saneamento e habitação, por exemplo, além de agravar a situação da Previdência Social, com menos contribuintes.
Com os novos números, municípios terão redução de repasses constitucionais, o que deve motivar a judicialização do Censo.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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