//FERNANDO PESCIOTTA// PF contra Lira



Operação da Polícia Federal contra desvios na compra de kits de robótica com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em Alagoas achou um cofre repleto de dinheiro vivo. Os policiais contabilizaram R$ 4,4 milhões.

As fraudes nas licitações causaram prejuízo de pelo menos R$ 8 milhões aos cofres públicos.

O caso, revelado em 2022, ganha repercussão na mídia porque as suspeitas envolvem Luciano Cavalcante, assessor de Arthur Lira, e a Megalic, empresa de seus aliados. E, de fato, pode haver desdobramentos no Congresso.

Conforme a PF, os crimes foram cometidos na gestão do miliciano, entre 2019 e 2022.

A ação policial, autorizada pela Justiça, é entendida como retaliação do governo ao comportamento de Lira no comando da Câmara e suas chantagens para votar projetos de interesse do Planalto. “Analistas” falam em jogo ainda mais duro por parte do quadrilheiro. De fato, pode haver desdobramentos no Congresso, mas, por outro lado, o chefe do centrão fica mais exposto.

Lira deu sinais de que entendeu o recado. Repetindo o miliciano, disse que o caso não é com ele. Suas digitais estão lá, seu assessor e ex-assessor de seu pai é o principal acusado da roubalheira, mas ele não tem nada com isso. “Eu não vou comer essa corda, cada um é responsável pelo seu CPF”, reagiu.

--------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


Comentários