//FERNANDO PESCIOTTA// Para comemorar

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil



O dia 30 de junho será mais uma data histórica para a democracia brasileira, marcando a pá de cal nesse triste capítulo da extrema-direita assassina, covarde, ignorante e atrasada que deixou marcas profundas de atraso no País.

O julgamento no TSE tem excrescências como o voto de um ministro profundamente infeliz, mas ficará na história pela maioria que entendeu seu compromisso pedagógico. Está deixando claro para supostos novos aventureiros que se vier a repetir essa estupidez, vai pagar caro.

Foi exemplar o papel exercido pelo ministro Floriano Azevedo Marques, professor do Departamento de Direito Público, na área de Direito Administrativo, da Faculdade de Direito da USP, da qual foi diretor.

“Alguém pode acreditar que a terra é plana e integrar a confraria da borda infinita. Porém, se este crédulo for professor da rede pública e professar seu credo em sala de aula está caracterizado o desvio da finalidade do docente”, disse ao contestar o argumento vergonhoso de Raul Araújo Neto, de que o miliciano fez uso de sua liberdade de opinião no discurso aos embaixadores no Palácio do Alvorada no dia 18 de julho de 2022.

Ainda no seu didatismo, Floriano Marques disse que se alguém põe fogo num edifício e os bombeiros chegam prontamente, isso não quer retirar a tipicidade da conduta de quem pôs fogo. Óbvio, o fato de ter perdido a eleição não elimina o crime cometido. Além de incompetente, o miliciano agiu mal.

A inelegibilidade é apenas o começo. Novos processos, incluindo a esfera criminal, estão por vir. Logo após a sentença do TSE, o Tribunal de Contas da União vai acionar a Justiça para que ele pague pelos prejuízos causados aos cofres públicos. No STF correm mais ao menos três processos que podem levá-lo à cadeia.

Sextou!

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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