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Em abril, nada menos do que 71,4 milhões de consumidores brasileiros estavam inadimplentes, o que significa um aumento de expressivos 16,85% na comparação com abril de 2022 e de 0,99% em relação ao mês anterior, segundo dados da Serasa.
O crescimento do calote é mais acelerado na classe média. Segundo a Confederação Nacional do Comércio, 22,6% de quem ganha de cinco a dez salários mínimos está com dívida em atraso, ante 20,4% no começo do ano.
Trata-se do efeito prático dos juros altos na vida do cidadão. No total, são R$ 340,6 bilhões em dívidas não pagas, o que afeta diretamente o caixa especialmente das empresas de varejo e do crediário.
Além disso, a taxa desanimadora e irreal afasta o consumidor da tomada de novos créditos, com efeito cascata sobre o comércio. Os mesmos lojistas que apoiaram o miliciano, seu ministro indecente e o Banco Central escandaloso sofrem com os efeitos dessa política monetária perversa.
Tanto assim que nesta quinta-feira (22), um dia após o anúncio de manutenção da taxa de juros em absurdos 13,75% ao mês, a Bolsa caiu 1,23%, puxada pela desvalorização das ações de empresas de varejo. Fica claro para o investidor que a manutenção de juros tão elevados afasta o consumidor, com efeito imediato sobre o comércio.
O comunicado do BC, por sinal, foi unanimemente mal recebido, por confundir analistas, permitir sinais trocados e causar muitas dúvidas. O documento faz malabarismos porque a decisão do BC não para em pé. Analistas não entendem por que o Copom reconhece que a inflação vai cair em 2024 e ainda assim não prevê a queda dos juros.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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