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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil |
Na “semana da inflação”, finalmente o Banco Central cedeu à racionalidade e publica uma ata ainda arrogante, mas incluindo a possibilidade de redução dos juros na próxima reunião do Copom, em agosto.
Antes disso, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, terá de dar explicações ao Senado. A Comissão de Assuntos Econômicos aprovou quatro requerimentos para o convite do executivo.
Os requerimentos foram apresentados pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, e por três senadores de oposição, num sinal de que a paciência dos parlamentares está chegando ao fim, mesmo daqueles que ajudaram a colocar Campos Neto no cargo.
Com faro político, e mesmo com todas as atenções voltadas ao debate macroeconômico, o presidente Lula surge nas manchetes com o anúncio de um plano safra de valor recorde.
O governo vai destinar R$ 364,22 bilhões para financiar a produção agrícola de 2023/2024, o que significa um aumento de 27% em relação à safra anterior.
No anúncio, além de demonstrar que um gestor não pode ter viés ideológico na tomada de decisões, Lula aproveitou para expor o BC à ira do agronegócio. Disse que os juros a serem pagos no financiamento agrícola poderiam ser bem menores se o Banco Central agisse com mais responsabilidade e já tivesse iniciado a queda da taxa básica.
Lula ainda massageou o ego do setor ao dizer que seu principal objetivo não é acabar com a guerra na Ucrânia, como jocosamente tem sido explorado em canais oposicionistas, mas acabar com a fome no Brasil.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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