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A perseguição racista a Vinicius Jr na Espanha revela um lado perverso de parte significativa da sociedade global. Mas a grande dimensão que o caso ganhou desde o último domingo ao menos está servindo para explicitar a virada de chave no Brasil.
Até o fim do ano passado, pretos, povos originários e a população LGBTQIA+ eram largados à própria sorte, ou perseguidos pelos fascistas sob orientação da gestão do miliciano genocida.
Sob o governo Lula, o racismo acertadamente beira uma crise diplomática. O Itamaraty pediu à embaixadora da Espanha, Mar Fernández-Palacios, explicações e providências contra os recorrentes ataques a Vinícius Jr.
O governo brasileiro quer mostrar seu “repúdio e preocupação” diante da “impunidade” que se verifica ante os reiterados ataques selvagens.
Em Valência, o jogador foi atacado desde antes de entrar no estádio. Durante o jogo, se revoltou, apontou responsáveis e foi expulso de campo. O caso repercute em todo o mundo e domina a imprensa e os meios políticos espanhóis, que tentam negar que o país seja racista.
Além das ações diplomáticas, o governo brasileiro, exaltado por analistas esportivos, mostra mudança radical de posicionamento e foi direto ao ponto: minar o dinheiro que irriga os racistas. O ministro da Justiça, Flávio Dino, cobra uma ação “séria e efetiva” do Santander, banco patrocinador do campeonato espanhol.
Além da cobrança de Dino, o Santander é pressionado nas redes sociais, assim como os demais patrocinadores de La Liga: Puma, Microsoft, EA Sports, Panini e Sorare. Todas as marcas estão sendo associadas ao símbolo da Ku Kux Klan.
A pressão parece dar os primeiros resultados. O árbitro de vídeo que sustentou a expulsão do jogador foi demitido e as autoridades espanholas começam a identificar culpados. A polícia anuncia a prisão de sete pessoas e reconhece que a ação é resultado da pressão internacional.
É pouco, mas é um começo que só está sendo possível graças à resiliência do jogador e do movimento de cobranças do qual as autoridades brasileiras fazem parte.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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