//FERNANDO PESCIOTTA// Marielle, fraudes e nenhuma novidade



No dia de definição dos juros no Brasil e nos EUA, em outra “superquarta”, o destaque é a ação da Polícia Federal contra o miliciano, que teve seu celular apreendido, e seu ex-ajudante de ordens, seu faz-tudo, o tenente-coronel Mauro Cid, que foi preso.

A apuração de um grande esquema de fraude em certificados de vacina contra a covid-19 revela que o genocida usou a máquina pública, funcionários e equipamentos até do Palácio do Planalto, para forjar cartões de vacinação para ele, para Cid e para suas respectivas famílias.

O fio do novelo, porém, é longo, bem longo. As investigações levam ao envolvimento do miliciano com – surpresa!!! – a milícia do Rio de Janeiro e o assassinato de Marielle Franco.

Há requintes de perversidade nessa história. O faz-tudo do chefe da quadrilha tinha contatos com bandidos profissionais de Duque de Caxias, área de influência da milícia. O secretário de Saúde (!) da cidade tinha uma fábrica de certificados de vacina. O faz-tudo, um tenente-coronel da ativa do Exército, tinha quase R$ 200 mil em dinheiro vivo em casa, incluindo 35 mil dólares.

É difícil saber o que é pior nessa história. O descaso com a saúde pública, o envolvimento com bandidos profissionais, o desprezo pela causa pública, os requintes de crueldade ou a covardia. O cara disse que não tomou a vacina, mas não queria pagar o preço por isso. E sabe-se agora que criou um clube muito frequentado de cafajestes da mesma estirpe.

Há quem diga que a apreensão do celular vai ajudar na investigação de outros crimes cometidos pelo genocida. Pode até ser que essa operação tenha sido pensada para dar acesso a informações que não poderia ser alvo prioritário da investida policial.

Tomara as descobertas dessa “superquarta” possibilitem finalmente colocar na cadeia a corja toda, incluindo quem de fato mandou matar Marielle.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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