//CIDADE// Violência na porta de escolas preocupa pais e professores



Brigas no portão nos horários de entrada e saída das escolas estaduais cada vez mais frequentes preocupam pais, professores e diretores. A mãe de um aluno agredido com um soco na porta da EE Jovino Silveira, na terça-feira, 2 de maio, registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia de Serra Negra e procurou as autoridades para pedir mais policiamento em frente dos estabelecimentos escolares estaduais.

"Hoje pode ser meu filho e amanhã o de outra pessoa. A dor e o desespero que senti não quero que outra mãe sinta", desabafou ao Viva! Serra Negra. Sua identidade será preservada para não prejudicar o filho, que tem 16 anos. A agressão sofrida pelo aluno no rosto provocou a perda de três dentes, além de escoriações.

O adolescente foi agredido quando chegava à escola por volta das 14h15. Antes disso, sua amiga, que o acompanhava no percurso desde a rotatória próxima ao teleférico, já havia sido agredida por outras duas meninas. Ele apartou a briga, mas passou a sofrer agressões verbais de um garoto que não é aluno, mas que frequentemente está no portão nos horários de saída e entrada da escola.

O adolescente agredido tentou ignorar os xingamentos e palavrões, mas tomou um soco no rosto quando esperava a abertura do portão da escola. Amigos e funcionários o socorreram e informaram a mãe sobre a agressão.

"A diretora me orientou a realizar o Boletim de Ocorrência", relatou a mãe. O BO foi registrado e o menino passou por exame de corpo de delito. "Está tudo agora com o juiz e eu não vou retirar a queixa", salientou.

Questionada pela mãe sobre a falta de policiamento no portão da escola, a diretora teria informado que já solicitou às autoridades locais reforço no policiamento, mas até agora seus pedidos não foram atendidos.

"Fui tentar conversar com o prefeito, porque a diretora disse que nós pais temos de começar a pedir uma viatura na porta da escola nos horários de entrada e de saída", afirmou. A mãe disse, no entanto, que não conseguiu agendar uma conversa com o prefeito ou alguma autoridade na prefeitura.

Ela disse ter procurado também o chefe da Guarda Civil Municipal (GCM), Marcelo Boccato, para relatar o fato e solicitar policiamento na porta das escolas estaduais. Boccato informou à mãe, no entanto, que a GCM realiza rondas em 22 instituições de ensino e que o policiamento das escolas estaduais não é de responsabilidade da GCM.

A mãe explicou à reportagem que boa parte das agressões na porta da escola é provocada por um grupo de jovens, alguns maiores de idade, que costumam permanecer no local nos horários de entrada e de saída. "Como não têm o que fazer, ficam por lá". Alguns são ex-alunos da escola.

"Quero uma viatura no local para que quem não é aluno não fique na porta da escola", disse. A mãe relatou que tem buscado o filho no horário de saída desde que ele foi agredido. "Não levo às 14 horas porque estou trabalhando e não tenho como levá-lo", explicou. Durante vários dias depois da agressão, a mãe disse que não conseguiu dormir com medo do que pode acontecer com o filho.

"Sofri muito. Se tivessem feito para mim, não teria doído tanto. Fico revoltada porque a briga não tinha nada a ver com meu filho", afirmou, acrescentando que o rapaz gosta de estudar e que não há nenhuma queixa da escola em relação a seu comportamento. " Tudo o que passei não quero que outras mães passem", desabafou.

O Viva! Serra Negra encaminhou um questionamento à assessoria de imprensa da prefeitura para confirmar as informações sobre como tem sido feito o policiamento nas escolas, mas não obteve resposta. Nas redes sociais da prefeitura, o prefeito Elmir Chedid já informou que as guardas civil, municipal e militar trabalham de forma integrada no município.

Na entrevista ao Fala Serra Negra desta terça-feira, 9 de maio,  às 18h30  horas, na página do Facebook do Jornal Digital Regional, o delegado de Polícia de Serra Negra, Rodrigo Cantadori, falará sobre a segurança nas escolas, entre outros temas. 



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