//FERNANDO PESCIOTTA// Em busca do lucro honesto



Não é exatamente verdade dizer que no Brasil um correntista pode usar o seu cartão de crédito. O que ocorre com o cidadão de juízo e de renda é usar o cartão de pagamentos, pois o crédito do cartão é a coisa mais cara do mundo.

Quem paga uma compra com o cartão e acerta as contas com a administradora no prazo estabelecido, isto é, até a data de vencimento da fatura, tudo bem, não será esfaqueado. Mas quem tiver de recorrer ao crédito propriamente dito, nunca mais ficará livre da dívida.

Isso porque os juros cobrados nas operações do chamado crédito rotativo, o pagamento da fatura no além prazo de quitação, são os mais altos do mundo, chegando, em muitos casos, a ultrapassar os 350% ao ano.

Essa “lógica” imposta pelo sistema bancário é a principal causa do endividamento das famílias. A maioria das pessoas “negativadas” no mercado é devedora do cartão de crédito.

O ministro Fernando Haddad quer mudar isso e negocia com as instituições financeiras uma redução desses juros absurdos, por considerar que há “grande prejuízo para a população de baixa renda”.

Provocada, a Federação Nacional dos Bancos concorda em analisar mudanças. Pode ser que finalmente tenham entendido que roubar menos pode ser o caminho para ampliar a base e, consequentemente, alcançar lucros mais honestos.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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