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Em deferência ao Ocidente, como resposta a um apoio público recebido de Joe Biden, que tinha interesse doméstico ao fazê-lo, e à influência norte-americana no País, a primeira grande vigem do recém-empossado presidente Lula foi para Washington.
A comitiva brasileira foi formada por ministros, políticos e empresários, numa viagem cercada de expectativas, especialmente em torno de declarações políticas efusivas e investimentos no Brasil. Mas Lula voltou trazendo na bagagem míseros US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia. Dinheiro de pinga.
Quase dois meses depois, Lula foi à China, viagem adiada após ser diagnosticado com pneumonia. O presidente chinês, Xi Jimping, deu claras demonstrações da importância da visita ao, em cima da hora, abrir espaço em sua agenda para receber Lula.
O desembarque do presidente brasileiro na China foi repleto de significados, a começar pela recepção ao som de “novo tempo”, música de Ivan Lins executada por banda militar presidencial.
Em Pequim Lula assinou 15 acordos com a China, prevendo investimentos no País, aumento de exportações brasileiras e avanço em projetos de infraestrutura. Em vez de pinga, carne, soja, café, frango, rodovias e geração de energia limpa, além de maior alinhamento político-estratégico.
E isso virou motivo de queixa dos EUA, que contam com amplo espaço na mídia brasileira para derramar suas lágrimas. O tom é de que apesar de se declarar neutro na disputa geopolítica entre EUA e China, o Brasil parece ter se alinhado aos chineses e à Rússia.
A pergunta que fica é: pragmáticos e capitalistas, na nossa posição o que os EUA fariam diante de tanta diferença nas ofertas dos dois países?
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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