//FERNANDO PESCIOTTA// A economia que fortalece a democracia



A volta da cobrança de impostos federais incidentes sobre os combustíveis é analisada como uma “vitória” do ministro Fernando Haddad, que costurou o modelo que, combinado com a redução de preços anunciada pela Petrobras, significa impacto ao consumidor de R$ 0,34 no caso da gasolina e de R$ 0,02 no etanol.

“Demagogia não vai resolver os problemas da economia brasileira”, afirmou Haddad, que cobrou o Banco Central para, agora, fazer a parte dele e baixar os juros.

Haddad lembrou que a última ata do Copom cobra como condição para reduzir a Selic as medidas agora anunciadas pelo governo. “Queremos a harmonia entre as políticas fiscal e monetária”, disse.

Haddad ainda lamentou que o governo tenha recebido tantas bombas fiscais da gestão anterior e tem de gastar 70% do tempo para desatá-las.

Segmentos não gostaram das medidas. Claro que setores da mídia criticam alguns pontos, mas diante da bomba deixada pelo miliciano, a solução encontrada acaba com saldo mais positivo do que negativo, além de dar fôlego para Haddad acelerar a aprovação no Congresso da sua plataforma para a consolidação do crescimento econômico.

É importante salientar que no dia do aguardado anúncio das medidas econômicas do governo, fundamentais para sua sobrevivência, surge do nada uma gravação de reunião de militares realizada em 18 de janeiro.

Nela, o atual comandante do Exército diz que a vitória de Lula não era o desejado pela elite das Forças Armadas, mas negou fraude e defendeu a legalidade. De resto, não interessa a opinião dos fardados, desde que eles respeitem a autoridade do presidente eleito e o obedeça.

Mas é prudente fortalecer os mecanismos democráticos e trilhar o caminho do melhor resultado econômico possível. É esse conforto que fortalece politicamente o governo Lula.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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