//EDUCAÇÃO// Palestra em escola aborda violência doméstica em Serra Negra

Lilian Pagliuca: "Infelizmente, a porcentagem de abusos tem aumentado de forma
significativa junto com o aumento do abuso sexual e psicológico"

Crianças e adolescentes são as principais vítimas de violência doméstica em Serra Negra, que cresceu de forma vertiginosa nos últimos dois anos, segundo dados da segurança pública da cidade. Esse foi o tema da palestra realizada na escola estadual Amélia Massaro no mês de março, no qual se comemora o Dia Internacional da Mulher com ações de conscientização sobre a igualdade de gênero e em especial de combate à violência contra a mulher.

A palestra para crianças e adolescentes foi mais uma iniciativa do Conselho Comunitário de Segurança Pública (Conseg) em parceria com a Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados de Serra Negra. "Infelizmente, a porcentagem de abusos tem aumentado de forma significativa junto com o aumento do abuso sexual e psicológico", afirmou a psicóloga Lilian Pagliuca, que atende na unidade de saúde do Alto das Palmeiras.

Derrubar o tabu e os preconceitos sobre a educação sexual na escola é o primeiro desafio dos profissionais para falar sobre violência e abuso sexual com crianças e adolescentes em sala de aula em Serra Negra. "Precisamos batalhar muito em especial aqui em Serra Negra para quebrar esse preconceito e explicar que isso não é estimulação precoce", disse a psicóloga.

Lilian explicou que esse é um tema visto ainda como um tabu, principalmente pela falta de conhecimento sobre o assunto o que ainda resulta em preconceito e conceitos distorcidos sobre a realidade. A resistência por parte de uma parcela de pais, a psicóloga avalia, é consequência não só da desinformação, mas do receio de que ao tomar contato com a própria realidade os jovens denunciem a violência, o abuso e o assédio dentro da própria casa.

A violência de forma geral foi o principal tema abordado por Lilian com crianças e adolescentes em duas palestras separadas. Além de tirar dúvidas, a psicóloga encorajou as crianças e adolescentes a buscarem apoio de adultos para as suas necessidades e seus medos. Os jovens foram orientados também sobre as partes do corpo que podem ou não ser tocadas, sobre o que é passar dos limites e como buscar ajuda. 

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