//EDUCAÇÃO// Falta de profissionais prejudica atendimento na escola especial Professora Olga de Souza Vichi



Pouco mais de um ano depois de receber a denominação de Centro Educacional e Social Professora Olga de Souza Vichi, no bairro dos Macacos, a escola especial, como é conhecida no município, enfrenta dificuldades para manter as salas de atendimento educacional especializado e as atividades cognitivas desenvolvidas por diversos profissionais das áreas da saúde e educação.

Faltam profissionais para realizar os atendimentos, como psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Falta até neuropediatra ou psiquiatra para avaliar e fornecer os laudos médicos aos alunos que precisam de um atendimento especializado ou que são portadores de deficiência e de doenças que provoquem limitações e que pretendem requerer o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A rotatividade de profissionais é grande e muitos dos que são selecionados em concursos públicos desistem logo depois de serem admitidos ou antes mesmo de serem contratados. Os salários oferecidos estariam aquém do oferecido por outros municípios. 

"O problema são os profissionais, porque você chama, mas eles acabam desistindo. Dizem que não querem trabalhar com isso e temos de iniciar todo o processo", afirmou a secretária de Educação, Rita Pinton, na reunião do Conselho Municipal de Educação, dia 27 de fevereiro, no Mercado Cultural.

O Centro está sendo reestruturado e para realizar a reformulação, a Secretaria de Educação e Cultura conta com a ajuda da Secretaria de Saúde. 

A terceirização dos profissionais é uma das alternativas já apontadas como a melhor solução pelo secretário de Saúde, Ricardo Minosso, para equacionar as questões trabalhistas. Entre as novas contratações, no entanto, não estão previstas as de terapeuta ocupacional e de psicopedagogo clínico.

Além da dificuldade de atender os alunos que já passaram por avaliação médica e contam com um laudo diagnóstico, o Centro não consegue suprir as novas demandas, em especial de alunos da rede estadual atendidos nas salas de recursos e nas atividades terapêuticas, tampouco pacientes que não têm conseguido atendimento especializado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), onde também há uma carência de profissionais, como psicólogos. Há uma fila inumerável de alunos da rede municipal que ainda necessitam de diagnóstico e um laudo médico.

O Viva! Serra Negra apurou ainda que o Centro Professora Olga Vichi deixou de atender pessoas acima de 12 anos que frequentavam atividades de arte, dança e educação física, entre outras, além das de autocuidado. A prefeitura estaria firmando uma parceria para pelo menos dez alunos na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Amparo.

Para suprir a carência de recursos e ter acesso a verbas repassadas pelos governos federal e estadual destinadas ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), o Conselho Municipal de Educação aprovou uma mudança na carga horária da grade curricular das escolas da rede municipal de período integral.

Com essa alteração, os alunos atendidos pelo AEE vão poder ser incluídos no cadastro da secretaria escolar digital. Pela nova grade curricular, os alunos terão um período de sete horas e meia de aula, equivalentes à carga horária do professor. Na prática, no entanto, o horário das escolas se mantém das 7 horas às 17h30. Os alunos serão atendidos pelo AEE nesse período.

Novo diretor

Edivaldo Benedito Delangélica é o primeiro diretor do sexo masculino da rede municipal de ensino. Delangélica assumiu a diretoria da EMEB Haydée K. Padula, no Bairro das Palmeiras, depois de ser selecionado pelos novos critérios de nomeação dos cargos de direção de escola no município.

Até o ano passado, a direção das escolas era considerada cargo de confiança, nomeado pelo Executivo. Os novos critérios de seleção de diretores das instituições do município são imposição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que este ano deve repassar quase R$ 10 milhões ao município, destinados em especial para as despesas da folha de pagamento.

O Fundeb determina que os candidatos à direção das escolas apresentem um projeto de administração a uma comissão formada por representantes da comunidade escolar, entre os quais funcionários da instituição de ensino e pais. Em Serra Negra, o decreto do Executivo que institui as novas regras, determina que as escolas apresentem uma lista tríplice ao Executivo. 



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