//NOTAS SERRANAS// O que você precisa saber sobre a sua cidade

       

Ensino infantil e especial

Dois requerimentos de autoria da vereadora Viviani Carraro solicitando informações à prefeitura revelam disparidades no ensino da rede municipal. Crianças da pré-escola ao primeiro ano do ensino fundamental I terão suas habilidades cognitivas e socioemocionais desenvolvidas por meio de tecnologia de ponta, um investimento de R$ 1,7 milhão. Já o Centro Integrado de Reabilitação Professora Olga de Souza Vichi, com atividades voltadas para as crianças com necessidades especiais, deverá deixar de atender alunos da rede estadual. Além disso, crianças que precisam recuperar atrasos na fala e aprimorar a linguagem falada e escrita estão com dificuldade de acesso a atendimento de fonoaudiologia. Faltam profissionais no município.

Tecnologia e alfabetização

Uma das dúvidas da vereadora Viviani Carraro, professora aposentada que atuou durante 30 anos na rede municipal, é sobre os benefícios da tecnologia do Polo Tecnológico Infância Conectada e Centro de Formação às crianças em fase de pré- alfabetização, período em que o desenvolvimento da memória, atenção, linguagem, criatividade e planejamento, além da coordenação motora, são fundamentais. "O meu interesse é a parte pedagógica, porque me preocupa a parte lúdica, do concreto, do brincar. Como um tablet substituirá esse aprendizado no caso de crianças de quatro e cinco anos?", questionou.

Robótica e aprendizado

O vereador e advogado Renato Giachetto disse que poderia falar com propriedade sobre o uso da tecnologia na educação baseado na experiência de sua esposa, professora que desenvolveu um projeto de robótica para a rede municipal de Campinas. A robótica é um método de aprendizagem focado na construção de robôs e aquisição de conhecimentos de materiais. A proposta do Infância Conectada é desenvolver habilidades cognitivas das crianças por meio da tecnologia. Outra diferença entre as duas ferramentas é que a robótica se destina a crianças maiores, a partir do primeiro ano do ensino fundamental, uma etapa acima dos alunos do Infância Conectada, que vai da pré-escola ao primeiro ano do ensino fundamental.

Povo na Câmara

Os enfermeiros protagonizaram na segunda-feira, 6 de fevereiro, a primeira manifestação realizada no plenário da Câmara Municipal desde 2021, quando o plenário foi ocupado por cerca de 50 motociclistas contrários ao projeto de lei que previa a regulamentação do serviço dos entregadores. O projeto ainda não foi votado. A mudança da Câmara Municipal do Centro de Convenções para o Palácio Primavera, localizado na área central da cidade, pode ter facilitado o acesso ao Legislativo dos profissionais da saúde, que reivindicam o pagamento do novo piso salarial. Mas a mobilização da categoria parece indicar também que o mar nesse segundo biênio da atual legislatura será mais revolto e que alguns vereadores tendem a elevar o tom das críticas ao Executivo.

Vale alimentação

A unanimidade típica das votações na Câmara Municipal não prevaleceu no caso do requerimento para saber se a prefeitura pretende reajustar ainda este ano o vale alimentação dos servidores municipais. Fiéis escudeiros do prefeito Elmir Chedid, os vereadores Beraldo Cattini e Eduardo Barbosa votaram contra o pedido de informação, mesmo assim a votação terminou com um placar favorável de oito a dois, sob o aplauso de cerca de 20 servidores da enfermagem que acompanhavam a sessão.

Sem cultura e sem lazer

A exclusão dos jovens da programação de Carnaval oficial de Serra Negra expôs um problema crônico do município. Considerada uma cidade de população idosa, com apenas 40% de crianças, adolescentes e jovens, há muito tempo esse público deixou de ser prioridade das atividades culturais e de entretenimento do calendário de eventos. Mas o tema nunca entrou na pauta das autoridades do município.

Jovens de fora

A vereadora Anna Beatriz Scachetti elaborou dois requerimentos sobre o tema. Um deles para saber se a prefeitura ainda pretende incluir os jovens na programação do Carnaval, que começa dia 17 de fevereiro. O outro para questionar a administração municipal sobre as atividades destinadas a esse público em 2023. A vereadora disse que recebeu inúmeras críticas de jovens que reclamaram da total ausência de opções de lazer e cultura na cidade. Muitos lembraram que essa foi uma das promessas de campanha eleitoral.

Beraldo Cattini: “Não quero ver 

os filhos dos outros bêbados”

 

Drogas e álcool

O líder do governo na Câmara, Beraldo Cattini, rebateu as críticas de falta de entretenimento para o público jovem, lembrando que ao longo do mês de janeiro a prefeitura realizou um festival de verão com eventos, segundo ele, com atrações para todos os públicos. Beraldo justificou ainda que a opção da prefeitura por uma festa dirigida mais à família no Carnaval teria como objetivo evitar que as ruas fossem tomadas por jovens embriagados. "Tenho dois filhos, e eu não gostaria de ver os filhos dos outros e de outras famílias descendo o morro do hospital com cooler cheio de cerveja totalmente embriagados. Não sei o que o jovem hoje, com essas redes sociais, espera do Carnaval de Serra Negra", disse o vereador.

Guerra de gerações

"Sua preocupação mais uma vez mostra o motivo do meu requerimento. Se estamos preocupados com a embriaguez, onde está a política pública voltada para combater essa situação?", perguntou a vereadora Anna Beatriz ao líder do governo na Câmara. Ela lembrou que a cidade carece até de campanhas para incentivar os jovens a se divertir sem o consumo de bebida alcoólica. A vereadora Ana Barbara Magaldi manifestou apoio: "Para evitar que os jovens consumam álcool, permitimos que se arrisquem nas estradas para se divertir em outras cidades?", perguntou. O vereador Roberto de Almeida lembrou ainda que há adultos que apreciam a festa de Carnaval.

Falta segurança

A avaliação de pessoas ligadas ao Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) é a de que a cidade precisa investir em infraestrutura para oferecer Carnaval ao público jovem. O Hospital Santa Rosa de Lima não teria infraestrutura para atender urgências e emergências mais complexas em casos de acidentes. Além disso, o contingente policial teria de ser reforçado para fiscalizar as vans que trazem jovens de outros municípios, assim como a equipe de serviços teria de ser ampliada para dar conta da limpeza pública. Comerciantes, hoteleiros, empresários de forma geral, políticos e autoridades consideram que esses problemas afugentam os turistas.

Em busca de solução

A oferta de atividades de lazer, cultura e entretenimento para a juventude serrana é um tema que vem sendo abordado pelo portal Viva! Serra Negra praticamente desde seu lançamento, em 2019. O assunto também foi diversas vezes debatido pelo programa Serra Negra na Roda, uma iniciativa da Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari. Questionamentos sobre a inclusão dos jovens na programação cultural e turística já foram feitos ao Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e à Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento, responsáveis pela programação de eventos turísticos do município.

Renato Giachetto: quarteirão inicial da 

Rua Coronel quer ser igual aos outros

 

Isonomia na Coronel

Comerciantes do primeiro quarteirão da Rua Coronel Pedro Penteado encaminharam ao prefeito Elmir Chedid um abaixo assinado reivindicando os mesmos cuidados da administração municipal oferecidos aos trechos finais da principal via comercial do município. "Eles querem as mesmas melhorias, enfeites e som que têm na Coronel, daquela quadra para baixo", enfatizou o vereador Renato Giachetto. O prefeito prometeu que o pedido começará a ser atendido com a decoração de Carnaval. 

Caça aos escorpiões 

A prefeitura coletou 517 escorpiões no município ao longo do ano passado, que foram encaminhados ao Instituto Butantan. Cerca de 95% deles foram apanhados no Cemitério da Saudade. A prefeitura chegou a receber cerca de 70 denúncias de infestação de escorpiões nas proximidades do cemitério. Uma ação simples, a colocação de meio cano de PVC na parede do cemitério, diminuiu em quase 100% das reclamações, informou o secretário da Saúde, Ricardo Minosso. 

Castração animal 

A expectativa da prefeitura é dobrar o número de castrações e atingir entre 1 mil a 1,2 mil animais em 2023. No ano passado, 688 animais foram castrados pelo serviço de castração terceirizado pela administração municipal. Em dois anos, foram realizadas 1.500 castrações. A nova empresa contratada para oferecer o serviço a partir deste ano já deu início aos trabalhos e a previsão é que os mutirões de castrações sejam retomados até fim de fevereiro ou início de março.  

Transtornos mentais 

Serra Negra registra quase um caso de tentativa de suicídio e de abuso sexual por semana. Essas ocorrências têm sido uma das principais causas do aumento da procura dos atendimentos de saúde mental pela população, em especial pelos serviços do Centro de Atenção Psicossocial (Caps). "O Caps é um dos centros de atendimento que apresentaram maior crescimento de demanda em 2022", observou o secretário municipal de Saúde, Ricardo Minosso, em reunião do Conselho Municipal de Saúde. "Mas não foi só no Caps, a maior procura pelos atendimentos ocorreu em todo o serviço de saúde mental. É quase semanal o número de casos de tentativa de suicídios e de abuso", acrescentou. 

Sem ajuda  

Apesar do aumento significativo dos casos de transtornos mentais durante a pandemia de covid-19, nenhum programa foi oferecido pelos governos federal e estadual para ajudar os municípios a enfrentar os problemas de saúde mental. Os serviços nessa especialidade são oferecidos exclusivamente pelo município. Até o início de 2021, apenas dois médicos psiquiatras atendiam a toda a população da cidade. A prefeitura contratou nos últimos dois anos profissionais que atendem oito horas diárias em quatro dias da semana. "Isso qualificou bastante o atendimento", avalia o secretário. 

Internações demoradas 

O aumento do número de profissionais para atender as demandas psiquiátricas não foi, porém, suficiente. A prefeitura enfrenta ainda muita dificuldade nos casos de internação. Faltam leitos hospitalares psiquiátricos. As internações são realizadas por meio da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) do governo do Estado de São Paulo, que está sobrecarregada. Há um déficit elevado de internações, informa Minosso. Os pacientes aguardam até uma semana para conseguir uma vaga de leito hospitalar. Essa demora pode provocar a fuga do paciente psiquiátrico. "Se estiver internado esperando uma vaga e isso demorar, o paciente fica extremamente agitado, entra num quadro de abstinência e foge. É muito complicado", disse o secretário. No ano passado, a Secretaria de Saúde solicitou 37 internações por meio do sistema Cross, mas conseguiu vagas para 30 pacientes, um déficit de sete leitos. 

Alta demanda 

Ao longo de 2022, os serviços de saúde mental do município acompanharam 1 mil pacientes. Os médicos psiquiátricos realizaram 2.746 atendimentos. Os psicólogos ofereceram 2.297 consultas. Passaram pela assistência social 454 pessoas e pela terapia ocupacional, 386. Os governos estadual e federal ainda não anunciaram programas e recursos para essa área. Hospitais psiquiátricos da região, como o Instituto Bairral de Psiquiatria, em Itapira, e a Clínica Fazenda Palmeiras, em Amparo, atendem pela Cross, mas são necessários recursos do governo do Estado para que as duas instituições atendam pacientes de Serra Negra. 

Atividades presenciais 

Os pacientes também foram prejudicados pela interrupção durante a pandemia das oficinas socioculturais, que só agora começam a ser paulatinamente retomadas pela prefeitura. Nas redes sociais da cidade, moradores têm reclamado da dificuldade de atendimento psicológico e da falta das atividades presenciais que ajudam a enfrentar transtornos, como depressão e ansiedade.  

Covid mata 

Segundo a prefeitura, Serra Negra registrou 58 casos de covid-19 em janeiro, com mais uma morte provocada pela doença. Um dos pacientes precisou ser hospitalizado. A pandemia ainda não acabou, lembra a Organização Mundial de Saúde, embora, na cidade, a quase totalidade da população já esteja ignorando as recomendações para se evitar a contaminação. 

Escolinhas de futebol  

A prefeitura vai gastar cerca de R$ 100 mil neste ano em oficinas de futebol de campo para crianças e adolescentes de cinco a 14 anos. As aulas serão dadas por Paulo Roberto Cardoso Furlani, Dimitrius Regis Dalonso e Kaue Berton Franco, nos bairros Alto das Palmeiras, Colina dos Ipês, Vila Dirce, Refúgio da Serra, Posses, São Luís e dos Francos. Cada instrutor receberá R$ 33.600 pelas aulas. 

Sem critério 

Há mais de um ano que o empreendimento projetado para ser construído na esquina da Rua Adelina Humbert de Quency com Rua dos Italianos, um misto de um bloco comercial e três blocos residenciais, aguarda a liberação da prefeitura. O motivo alegado para travar a construção é que ela causaria forte impacto no tráfego da região. Como se sabe, a Rua Adelina Humbert de Quency é quase deserta na maior parte do dia, ao contrário da esquina da Rua José Bonifácio com Pedro Vieira e Silva, onde a prefeitura constrói um posto de saúde e do Samu - eles ficarão bem em frente do Oscar Plaza Shopping. Também a Avenida Bernardino de Campos, onde funcionava o Vendão e está sendo levantada uma unidade do Supermercado Colorado, bem na entrada da cidade, é um dos locais mais movimentados de Serra Negra. Será que o trânsito de veículos não vai ser bastante afetado com esses dois empreendimentos? 

Mulheres poderosas 

A prefeitura lançou com pompa o "Projeto Florescer". Ele consiste em empregar, por um ano, pagando um salário mínimo, dez mulheres para cuidar do paisagismo de praças da cidade.  “Sempre ficamos pensando no que vamos fazer para trazer mais qualidade de vida para as mulheres de nossa cidade. Cuidamos de toda a população, mas temos um carinho especial com as mulheres. Queremos empoderar essas mulheres, independente de classe social, religião e cor. Que elas possam fazer o que quiserem. Elas só precisam de apoio. Basta querer que vamos estar aqui de braços abertos”, disse Deborah Chedid, primeira-dama e presidenta do Fundo Social de Solidariedade, sobre o projeto. 

Cestas de alimentos 

O Fundo Social de Solidariedade de Serra Negra recebeu 350 cestas de alimentos doadas pelo Fundo Social do Estado de São Paulo. Além de atender pessoas em situação de vulnerabilidade social que procuram a entidade, o Fundo Social entrega cestas de alimentos a entidades que prestam serviços de assistência social, como o Centro Espírita Joana d’Arc, Hospital Santa Rosa de Lima, Instituto Nuvem, Lar dos Velhinhos São Francisco de Assis, Associação São Vicente de Paulo e Pastoral da Criança.