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Ao participar do programa Roda Viva, da TV Cultura, que é pública, o presidente do Banco Central disse coisas que deixaram a imprensa em êxtase nas edições desde a noite de segunda-feira (13).
O que mais chama atenção é o fato de os veículos valorizarem tanto a declaração de Bob Neto de que gostaria de falar com o presidente Lula para explicar como está sendo bonzinho ao manter os juros tão altos. Bob disse que a taxa elevada visa “proteger a classe média baixa”.
Pode ser que tecnicamente ele tenha alguma razão, mas a declaração explicita o quanto esses caras do mercado financeiro têm visão única.
Em nenhum momento Bob disse que gostaria de ouvir de Lula seus argumentos, refletir fora do ar-condicionado, sentir o calor das ruas. Ou ao menos que gostaria de dialogar. O discurso é sempre na primeira pessoa, impositivo. Como dizem os alemães, “du sagst einfach ich, ich, ich”.
Pela reverberação da mídia, Bob Neto tem muito a ensinar a Lula, que tem muito a aprender com “o mercado”.
Corta o filme para a informação de que a pandemia e a “despolítica” do genocida aprofundaram a desigualdade, fazendo com que mais brasileiros ingressassem na faixa da miséria e espalhou-se a fome.
Bob Neto acha que simplesmente manter a ortodoxia vai resolver um problema que exige urgência. Talvez ele tenha razão, mas apenas falar sem ouvir não parece ser o melhor caminho para o entendimento.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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