Rodrigo Pacheco ainda é o favorito para se manter na presidência do Senado, mas nos últimos dias cresceram as tensões com a possibilidade de Rogerio Marinho atrair traições abrindo espaço para defecções.
Marinho, empresário de família rica e golpista do Rio Grande do Norte (seu pai foi um dos grandes apoiadores da ditadura militar), tem feito uma campanha dúbia. Para o público, fala em “pacificação” e “independência dos Poderes”, mesmo achando que suspender golpistas das redes sociais é “censura prévia”.
No privado, porém, Marinho não esconde sua veia bolsonarista golpista de extrema-direita. Em encontro com o que há de pior na política, como Valdemar Costa Neto, dono do PL, e extremistas eleitos para o Parlamento, Marinho falou grosso contra o STF e prometeu trabalhar pelo impeachment de ministros da Corte.
Com ameaças ao STF ele atraiu o voto de Sergio Moro. O que fica difícil de entender para os inocentes como eu é a manifestação de apoio do que sobrou do PSDB.
Marinho não é flor que se cheire e deve ficar longe do comando do Senado. Por isso a base de apoio de Rodrigo Pacheco apressou acordos com partidos como União Brasil e MDB. A ideia é isolar o PL, que só terá cargos se ganhar a eleição. Caso contrário, ficará no ostracismo do Senado.
O governo também trabalha para assegurar apoio a Pacheco. De acordo com notícias da mídia, nos últimos dias houve uma aceleração na nomeação de cargos de segundo escalão para agradar as legendas.
Na Câmara, a recondução de Arthur Lira é uma barbada, a questão é saber se ele baterá o recorde de 434 votos de João Paulo Cunha em 2003.
Lira vai comandar uma Casa com mais deputados extremistas de direita, mas deverá estar próximo das pautas governamentais. Nesta terça-feira (31), véspera da eleição na Câmara, ele foi visto em encontro de petistas, com José Dirceu, Zeca Dirceu, que passa a ser o líder do partido na Câmara, Arlindo Chinaglia, Maria do Rosário, Rui Falcão, Paulo Teixeira e outros expoentes do partido.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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