//FERNANDO PESCIOTTA// O dilema do preço da gasolina



A imprensa ressalta que a retomada dos impostos incidentes sobre os combustíveis motiva discussões entre ministérios e parlamentares.

A desoneração, renovada em janeiro para dar tempo ao novo governo para arrumar a casa, vence no final de fevereiro. Ou seja, na próxima terça-feira (28), e a cobrança do imposto, se ocorrer, recomeçaria no dia seguinte.

A equipe econômica do ministro Fernando Haddad defende a volta da cobrança, de forma a reforçar o caixa e o equilíbrio fiscal, além de possibilitar investimentos.

A área política prefere manter a isenção. Ministros e parlamentares temem que o aumento do preço do combustível prejudique a avaliação popular do presidente e altere o cenário político no Congresso.

O fim da desoneração significa impacto de R$ 0,69 por litro de gasolina. Analistas lembram que o preço está 8% acima da cotação internacional, o que daria margem para a retomada da tributação sem repasse total ao consumidor.

Por óbvio, a decisão final será do presidente Lula. A tendência, segundo assessores do Planalto, é a volta do imposto. Técnicos da Receita Federal dão como certa a retomada da tributação.

O fim da desoneração reforçaria um caixa até agora robusto. O primeiro mês do governo Lula foi de recorde de arrecadação de impostos: R$ 251,745 bilhões em janeiro, alta real de 1,14% ante o mesmo período do ano passado, no melhor janeiro de toda a série histórica, iniciada em 1995.

Porém, a conjuntura global e o risco recessivo nos países desenvolvidos deixam o cenário incerto.

Você, o que faria?

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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