//FERNANDO PESCIOTTA// Exemplo de mau prefeito

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

No final do ano passado, a prefeitura de São Sebastião colocou um drone para sobrevoar toda a extensão do município, que só de litoral tem mais de 60 quilômetros.

O objetivo do prefeito Felipe Augusto (PSDB) era localizar construções de imóveis que não batiam com a planta registrada na prefeitura e, com isso, cobrar mais IPTU do proprietário.

Com base em suposto cálculo feito a partir das imagens captadas pelo drone, a prefeitura impôs reajustes absurdos, fora da realidade, e não deu retorno às reclamações. Um descaso com o contribuinte.

O drone de Felipe Augusto não viu nenhuma construção irregular em áreas de risco ou ele ignorou o que viu porque seu único objetivo é arrecadar mais, e não poupar vidas.

Felipe Augusto é alvo de mais de 40 ações judiciais, tendo sido condenado 37 vezes por não tirar os moradores de áreas de risco.

Há quem ateste que a prefeitura não só faz vistas grossas para as construções irregulares e invasões de terras como as incentiva, em troca da comprovação da transferência do título de eleitor para a comarca local.

O que se viu em São Sebastião foi um desastre anunciado, com boa parte da culpa de Felipe Augusto. Mas o Estado também tem sua parcela. A Defesa Civil foi alertada pelo governo federal 24 horas antes das chuvas.

A CDHU, também do Estado, engaveta há sete anos um projeto de remoção dos moradores da Vila Sahy, local onde moravam 34 dos 48 mortos até agora.

Felipe Augusto não se mexeu, não se incomodou e nem se preocupou com a previsão de chuvas. Ele é péssimo prefeito. Seu comportamento deve servir de exemplo para moradores de qualquer cidade, como Serra Negra, para prevenir ocorrências aos primeiros sinais de alerta de um mau gestor.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com