//FERNANDO PESCIOTTA// Revogaço à vista



Muita gente esqueceu, mas pouco antes da pandemia o Brasil estava praticamente rompido com a Organização Mundial de Saúde (OMS), assim como deixara de pagar pela filiação à ONU e a outros organismos multilaterais.

No começo da pandemia, autoridades brasileiras contestaram decisões da OMS e questionaram a seriedade da covid-19, a ponto de o genocida ter conquistado essa alcunha por ter insistido na tese.

É importante lembrar que o miliciano foi eleito com um discurso contrário a políticas de proteção ambiental, contra a demarcação de terras indígenas, em defesa da massificação do uso de armas e críticas a organizações de direitos humanos.

O projeto de poder dessa extrema-direita usada pelo miliciano pressupunha, ainda, isolar instâncias de Estado, de forma que todas as decisões ficassem à mercê de sua canetada. As contratações da gangue que tomou o governo de assalto passavam todas pelo controle exclusivo do Planalto, na figura do próprio chefe da quadrilha e de generais de pijama, como Heleno.

As mudanças para tirar o País da barbárie vão exigir energia. Lula terá de fazer um revogaço para recolocar o Brasil e o governo nos trilhos. Conta com a sorte ao ter decisão liminar do STF favorável à exclusão do Bolsa Família do teto de gastos, mas realocar os organismos públicos será uma dura tarefa.

A seu favor, além da decisão do STF, o desejo da maioria em voltar à democracia, à liberdade de pensamento e ao profissionalismo nas relações institucionais.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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