//FERNANDO PESCIOTTA// Breve ensinamento do futebol



Pela segunda vez consecutiva, a Alemanha foi desclassificada na primeira fase da Copa do Mundo. Também pela segunda vez seguida, a Itália nem está na disputa, que viu a eliminação precoce da Bélgica.

Nações poderosas, com histórico de sucesso dentro e fora de campo decepcionam, e isso tem muito a ver com a conjuntura e pode ser um ensinamento importante.

Nos anos 1990, principalmente, a Itália tinha o campeonato nacional mais atraente do planeta. Era para lá que iam os maiores jogadores da época. A piora econômica do país teve um efeito arrasador no futebol.

A Bélgica criou uma geração especial, nascida junto com a União Europeia, cuja sede é em Bruxelas. Novos ares, renovação de esperança e livre trânsito trouxeram jovens que revolucionaram o futebol do país, que não soube fazer a renovação. Para a prática do esporte, eles envelheceram. A vaidade e o diversionismo vieram junto com a idade.

Na Alemanha, o Bayern de Munique é um dos mais ricos clubes do mundo. É o campeão da Bundesliga na última década, praticamente não tem concorrente. Centraliza as atenções e os recursos financeiros. Sem competição, não há investimentos e, consequentemente, não surgem novos talentos.

Esses casos servem de reflexão para o Brasil que nascerá em 2023. Eles mostram a importância de investimentos diversificados, motivação a todas as classes, a abertura de oportunidades e a renovação constante de incentivos. Tudo que a atual gestão não sabe e nunca quis fazer.

Saravá, Brasil.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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