//FALA, CIDADÃO!// Circuito das Águas ou Circuito das Multas?



Senhor editor:

Escrevo para chamar a atenção para o sistema de fiscalização eletrônica instalado nas cidades de Amparo, Lindoia, Águas de Lindoia e outras do chamado circuito das águas, que, ao que parece, antes de procurar estabelecer um ordenamento no tráfego e defender a segurança do pedestre e do motorista, procura, isso sim, apenas aumentar a arrecadação tributária daqueles municípios.

Tenho casa em Indaiatuba, na região de Campinas, e nunca recebi multa de trânsito. Já em Amparo, onde tenho casa de temporada, recebi nos últimos meses duas multas e outra em Águas de Lindoia. As multas se dão por avanço de sinal de vermelho, que ocorrem quase sempre quando há a mudança abrupta do sinal verde para o vermelho, ou por excesso de velocidade, sem oferecer um mínimo de tolerância (10%). Ou seja, se a velocidade estabelecida for de 50 km, o máximo que se pode ultrapassar é até 52 km.

Curiosamente, no caso de Amparo, não se vê que o aumento da arrecadação tributária tenha resultado em ampliação de obras públicas. Pelo contrário. O que se constata é que na cidade numerosas ruas e avenidas estão repletas de buracos, que obrigam muitos motoristas à mudança repentina de faixa para evitá-los, provocando acidentes com outros veículos. Sem contar que, como se trata de cidade pequena, com apenas 72 mil habitantes, a movimentação no trânsito é baixa, o que não justifica a instalação de tantos radares. À noite, por exemplo, as ruas ficam, praticamente, às moscas, mas, mesmo assim, os rada res continuam a funcionar.

Além disso, muitas daquelas vias estão tomadas por matagal no meio-fio e nas calçadas, em razão da falta de providências por parte do departamento municipal de limpeza pública, o que contribui para a disseminação de escorpiões, camundongos e outros roedores e do mosquito Aedes Aegypti, responsável pela proliferação de doenças como dengue e chikungunya, e de carrapatos à beira do rio Camanducaia, em cujas margens o mato também prolifera.   

Em razão disso, muitos populares já estão chamando jocosamente aquela região de circuito das multas, em substituição ao antigo e tradicional circuito das águas.

Adelto Gonçalves, jornalista profissional 



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