//FERNANDO PESCIOTTA// Sociedade mais justa



Não é difícil entender as razões que levam boa parte da elite econômica a resistir a modelos econômicos que se traduzam em maior justiça social.

Segundo dados analisados por uma grande consultoria econômica, 67,1% da população brasileira vive com renda de até dois salários mínimos, ou pouco mais de R$ 2.424 mensais.

Para os especialistas, a baixa produtividade, influenciada por qualificação dos trabalhadores aquém do necessário, é a principal razão para esta injusta composição da força de trabalho no Brasil.

Nesse cenário, é vantajoso para uma sociedade conservadora explorar a mão de obra barata e exercer a influência dos mais ricos, mesmo que isso signifique um custo adicional para o conjunto da economia, com produtos mais caros e desenvolvimento precário.

Daí a necessidade vista pelo governo eleito de buscar recursos para dar fôlego à baixa renda e fazer o dinheiro rodar com mais fluidez.

Justifica, ainda, a ideia embrionária de ampliar a taxação dos mais ricos, passando pela tributação de dividendos, num conjunto que traria recursos para o Tesouro sustentar a política de distribuição de renda e tornar o perfil tributário menos injusto.

São iniciativas que jamais passaram pela cabeça do governo que já vai-se embora, que ao longo de quatro anos se concentrou em criar intrigas, polêmicas, desavenças, ameaças, mortes e danos que precisarão de muito esforço para serem reparados.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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