//FERNANDO PESCIOTTA// Nervosinho



A estridência dos agentes do mercado financeiro como reação ao discurso do presidente eleito tem um viés político e revela que a Faria Lima não está madura para discutir o projeto de País.

Os investidores que reagem criticamente são os mesmos que fizeram de conta que não viram as quatro vezes em que o inominável e Paulo Guedes (ele morreu, está de férias?) furaram o teto de gastos de forma eleitoreira.

Os nervosinhos são os mesmos que acham normal a tentativa de golpe, as arruaças desses marginais e a apologia ao nazismo que se dissemina até em pipas vendidas em Sorocaba.

Os nervosinhos também são os mesmos que apoiaram as iniciativas eleitoreiras do governo do inominável, que ignoraram as mortes na pandemia, que acharam graça do avanço da extrema-direita.

É importante salientar, ainda, que nem todo o movimento do mercado financeiro é resultado do discurso de Lula em defesa dos gastos sociais. Tem um componente importante que propositalmente a mídia tenta escamotear. A inflação, depois de três meses de baixa, justamente no período eleitoral, veio acima do esperado e mostra algum desarranjo da economia.

Por ironia, o IPCA de 0,59% em outubro veio também carregado pela alta do preço dos alimentos, castigando ainda mais os pobres e justificando o discurso de Lula.

Como disse um economista no Twitter, a choradeira é natural, mas o tal do mercado vai se acostumar, se adaptar ao novo governo e voltar a ganhar muito dinheiro em cima dele.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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