//FERNANDO PESCIOTTA// Lula olha pra frente e os militares, para trás



A equipe de transição avança, agregando novos nomes, ampliando o leque de ações, descobrindo caminhos para implementações importantes para a próxima gestão e sinalizando para o País boas perspectivas para o início de governo.

Geraldo Alckmin confirmou as presenças de Pérsio Arida e André Lara Resende, do time que criou o Plano Real, o que tranquilizou os investidores. Simone Tebet foi levada para liderar a área social, o que também foi bem recebido pelo mercado financeiro.

Os avanços nos trabalhos na economia e no social são importantes sinais das prioridades do novo governo, o que também parece ser consenso.

Na saúde, David Uip, ex-secretário da Saúde em governos tucanos de São Paulo, se junta aos ex-ministros Humberto Costa, Alexandre Padilha, José Gomes Temporão e Arthur Chioro.

Na educação, o ex-ministro José Henrique Paim assumiu a coordenação falando em dar prioridade à merenda escolar e à recuperação das universidades.

O atual ministro das Comunicações, Fábio Faria, teve uma primeira reunião com Edinho Silva, prefeito de Araraquara e coordenador da campanha de Lula, ex-chefe da Comunicação Social do governo Dilma.

Nesta quarta-feira (9), Lula se encontra com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para sacramentar a tramitação da PEC que garantirá gastos sociais em 2023. Outras reuniões estão marcadas com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e do STF, Rosa Weber.

Ou seja, a transição avança com a convicção de todos de que a eleição é parte do passado. Mas, enquanto o mundo olha para o futuro, os militares voltarão às eleições.

É esperada para esta quarta a divulgação do relatório do Ministério da Defesa sobre a “fiscalização” das urnas eletrônicas. Segundo o jornal Valor Econômico, o relatório apontará que não houve fraude ou ilicitude, mas indicará “inconsistências” de algumas urnas.

A constatação, recorrente em todas as eleições, não tem significado estatístico, mas deixa brecha para protestos e manutenção da organização criminosa de empresários que sustenta os vagabundos na porta dos quartéis e nas rodovias.

Os militares se comprometerão com o atraso.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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