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Na Avenida Paulista tomada pela multidão, Lula disse que vai governar para todos, que não existem dois Brasis e que é hora de baixar as armas.
Fez um discurso de conciliação, um gesto de grandeza jamais visto em Bolsonaro, que governou sem nunca ter tentado a união nacional, que nunca se mostrou um estadista - nem sabe o que seja isso.
Se Bolsonaro não fosse Bolsonaro talvez não tivesse perdido a eleição. Fez tanta coisa errada nesses quatro anos, magoou e enraiveceu tanta gente, destratou tantas outras. Resultou no único presidente que não conseguiu se reeleger em toda a história política brasileira.
Por outro lado, a terceira vitória de Lula como candidato a presidente confirma sua posição de maior nome da história política do País.
Lula, porém, tem um grande desafio pela frente. Além da divisão nacional e de um Congresso adverso com o qual terá de estabelecer o diálogo, o País está em frangalhos e diplomaticamente isolado.
Lula vai herdar uma série de ajustes a serem feitos em diversas áreas, com ênfase na economia. Terá de lidar com uma carga tributária elevada, embora ainda com contas públicas deficitárias, alta desigualdade social, educação fragilizada e um mercado de trabalho cada vez mais informal.
Nesse cenário, terá de melhorar os gastos públicos, ampliar os investimentos e fazer reformas, além de priorizar o combate à miséria, como salientou às milhares de pessoas que comemoravam a vitória na noite de domingo.
Acrescente-se que as tarefas serão dificultadas pela má vontade e resistência da atual gestão. O período de transição promete ser complicado pela pequenez de Bolsonaro e pela ação de seus cães.
Nesta segunda-feira (31), o País acorda com bloqueios de rodovias. A Polícia Rodoviária, que no domingo parava ônibus para tentar evitar que eleitores chegassem às urnas, parece pouco disposta a agir contra os caminhoneiros.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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Comentários
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Parabéns! Belo texto. Um resumo bem feito do que foi e do que vem. E uma prova de que a falta de educação e a grosseria não compensam.
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