//FERNANDO PESCIOTTA// Compra de votos



Duas empresas gaúchas enviaram comunicados a fornecedores no início da semana indicando possíveis cortes nos orçamentos e redução na atividade produtiva em 2023 caso Lula vença a eleição.

A fabricante de máquinas e implementos agrícolas Stara, de Não-Me-Toque (RS), circulou uma carta informando que deverá reduzir em 30% a base orçamentária no ano que vem se Lula for eleito.

A Extrusor, microempresa de Novo Hamburgo (RS), que presta serviços de manutenção em máquinas da indústria de transformação de plástico, disse que passará a atuar apenas de forma virtual caso a vantagem do petista se confirme no segundo turno.

Em São Miguel do Guamá (PA), o empresário Maurício Lopes Fernandes Júnior, que atende pela alcunha “Da Lua” e que produz tijolos e telhas, se deixou filmar ameaçando os trabalhadores caso eles não votem em Bolsonaro. Prometeu R$ 200 para cada um caso Lula saia derrotado.

Em todos esses casos, que são apenas exemplos, o que chama atenção é a desfaçatez dos empresários. Cometem crime à luz do dia, documentadamente. Têm a certeza de que são poderosos e nada vai lhes acontecer.

O método, fascista e escravocrata, é de ameaça explícita, potencializada pelo desespero bolsonarista diante da grande chance de perder a eleição para o torneiro mecânico. Mas é inaceitável e precisa ser denunciado.

Torna-se até cansativo repetir, mas o empresariado e a elite econômica brasileiros ainda vivem em séculos passados. Não são conservadores, são criminosos e reacionários. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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