//FERNANDO PESCIOTTA// Largada



A proliferação de pesquisas eleitorais, em geral contratadas por instituições financeiras, não tirou o prestígio dos institutos que construíram credibilidade nas últimas décadas. Nesse sentido, os levantamentos do Datafolha e do Ipec se consolidam como norteadores das estratégias dos candidatos, de planejamento das empresas e de acomodação de partidos.

Nesta segunda-feira (15), o Ipec, criado pelos ex-sócios do Ibope, divulgou seu primeiro levantamento contratado pela Globo para as eleições de outubro, com números muito próximos daqueles das demais pesquisas consideradas sérias, o que exclui as disseminadas pelo governo.

De acordo com o Ipec, Lula lidera, com 44% das intenções de voto. Bolsonaro aparece com 32%, Ciro Gomes tem 6% e Simone Tebet, 2%. Os demais candidatos somam 1% e há 7% de indecisos.

O que a mídia não explicita é que esses números continuam dando a vitória a Lula no primeiro turno. Ele tem três pontos porcentuais a mais do que a soma dos demais candidatos.

A pesquisa revela, ainda, grande rejeição de Bolsonaro: 46% dizem não votar nele de jeito nenhum, ante 32% de Lula. Além disso, 57% desaprovam a gestão federal.

A despeito de todo o investimento feito pelo governo para tentar comprar votos, da queda semanal do preço dos combustíveis, Bolsonaro ainda não consegue se aproximar de Lula, candidato da maior coligação partidária da história republicana brasileira.

A campanha oficialmente começa hoje, faltando 45 dias para o primeiro turno. A gasolina vai cair de preço várias vezes, facadas podem acontecer, novas mamadeiras de piroca vão aparecer, mentiras serão contadas (como essa de que Lula vai fechar igrejas), Lula e o PT ainda serão muito mais demonizados, mas os números frios das pesquisas ainda sustentam a esperança de fim do milicianismo genocida no governo.

São Paulo caminha na mesma direção. Fernando Haddad se consolida como favorito no primeiro turno, com 29% das intenções de voto, seguido à distância pelo forasteiro Tarcísio de Freitas (12%) e Rodrigo Garcia (9%). A possibilidade de definição no primeiro turno existe, embora mais difícil do que no cenário nacional.  

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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