//FERNANDO PESCIOTTA// Debate e a comida no prato



O primeiro debate da corrida presidencial reafirmou o favoritismo de Lula. Afinal, ele foi o principal alvo dos ataques dos demais candidatos, a começar por Ciro Gomes, que se conseguisse alcançar o segundo turno não teria a quem pedir votos, de tanto repetir que ninguém presta.

Esse tipo de debate está superado, não faz mais sentido ao trazer para um encontro candidatos nanicos que o usam apenas para surfar na onda dos potenciais vitoriosos. Raciocínios não são completados, respostas ficam no ar, tréplicas são atropeladas.

De qualquer forma, este serviu também para mostrar o total despreparo de Bolsonaro, colecionador de crimes ao longo de quase quatro ano de mandato. Useiro e vezeiro de mentiras, que repete de modo goebbelsiano, o genocida consegue dizer sem se constranger que não há fome no Brasil.

Diante de 33 milhões de brasileiros em situação de extrema pobreza, com um quarto da população sem conseguir fazer três refeições por dia, Bolsonaro insiste em afirmar que o País está voando.

Antes do debate, dissera que é “conversa mole” a promessa de levar carne às refeições dos brasileiros, numa referência a Lula, pois “fome pra valer não existe”. Para sustentar a tese e provar que vive em outro mundo, disse, ainda, que não há pedintes na porta das padarias.

Contraditoriamente, porém, Bolsonaro disse que a promessa de Lula não será cumprida porque “não existe filé mignon para todo mundo”.

No fundo, ele reflete o raciocínio da elite econômica brasileira, para quem é preciso ter uma reserva de mercado mantendo grande parcela da população na miséria.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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