//FERNANDO PESCIOTTA// História do amanhã



O futuro da humanidade não é muito animador para o homem. O avanço da tecnologia e intensificação do uso de inteligências artificiais até para fazer cirurgias mais sofisticadas são uma grande ameaça à baixa formação intelectual e acadêmica.

Como Yuval Noah Harari escreve em “Uma breve história do amanhã”, estudiosos projetam um mundo em que os humanos perderão sua utilidade econômica e militar, redundando num sistema econômico e político que não dará muito valor aos humanos.

Ainda haverá alguma lambuja aos humanos coletivamente, como massa de consumo, mas não a indivíduos que não agreguem valor à cadeia produtiva cada vez mais sofisticada e automatizada.

Terão algum valor para o conjunto sistêmico apenas os homens que constituírem a nova elite de “super-humanos” avançados. A massa da população ficará relegada à insignificância.

Concordemos ou não com essas projeções dos estudiosos, é com elas que as democracias mais maduras e as economias mais avançadas trabalham com seus cidadãos, assegurando investimento em sistemas educacionais cada vez mais robustos e, principalmente, em tecnologia e ciência.

O Brasil, porém, anda na contramão, mais em direção ao atraso de países como Iraque, Síria e Afeganistão, ou da pobreza africana. O anúncio de corte orçamentário para os gastos do governo não ultrapassarem o teto inclui essencialmente áreas de educação e ciência, já fortemente atingidas pela cegueira bolsonarista.

Querer abandonar a tecnologia e andar décadas para trás ao sugerir trocar urnas eletrônicas por votos impressos, indicar castigo físico a alunos, resistir a vacinas e cortar custos de pesquisas científicas são exemplos do anacronismo repugnante.

Esse ranço precisa ser urgentemente extirpado da nossa realidade, sob pena de num futuro não muito distante vermos uma massa de milhões de pessoas relegadas à miséria irremediável.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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