//FERNANDO PESCIOTTA// O risco da arma na nossa porta



Uma operação das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, deixou 22 mortos, sendo pelo menos duas pessoas sem nenhuma suspeita de crimes.

É a terceira operação mais letal da história recente e pode até alavancar a candidatura do governador, que em um ano acumula 178 mortes pela polícia. O Ministério Público se preocupa com a violência e pediu apuração mais rigorosa para saber se direitos foram violados.

Curiosa a inclusão da Polícia RODOVIÁRIA Federal na operação. Os supostos bandidos estavam numa rodovia federal? A corporação, coincidentemente, é o principal alvo de Bolsonaro quando defende aumento de salário extraordinário para servidores. Dá para entender.

No mesmo dia, no Texas, 19 crianças e dois adultos foram mortos numa escola, vítimas de mais um desses malucos armados que habitam os EUA.

Chocante, uma brutalidade bárbara, estúpida.

Por aqui, o governador do Rio achou tudo normal na Vila Cruzeiro e Bolsonaro elogiou a matança.

De olho na permanência no poder, Bolsonaro repete diariamente o pedido para que a população se arme. Caminhamos para a naturalização da morte e logo teremos vítimas não só da polícia, mas de malucos como os norte-americanos que saem atirando em crianças.

Enquanto o presidente dos EUA, Joe Biden, pede para que a população reflita sobre o lobby das armas, Eduardo Bolsonaro representa os interesses da indústria bélica, com apoio dos militares.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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