//FERNANDO PESCIOTTA// Fruto da fome entre as mulheres



A desaprovação de Bolsonaro é recorde, com 63% do eleitorado dizendo que não votaria nele de jeito nenhum. Essa rejeição tem explicações plausíveis, principalmente para o eleitorado feminino.

De acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto, o perfil predominante do eleitor bolsonarista é homem, de 41 a 59 anos, rico e da região Sul do País. Isso já diz muita coisa.

Embora lidere em todas as faixas, de escolaridade a renda, idade ou região, Lula tem como eleitor predominante a mulher, jovem, pobre e do Nordeste.

É uma questão de causa e efeito do nosso cotidiano.

De acordo com estudo da FGV sobre a fome no mundo, o Brasil sob Bolsonaro conseguiu avanços significativos e já tem mais gente na miséria do que a média mundial.

Mas é entre as mulheres que a situação é ainda mais degradante. A fome, que atingia 33% delas, agora alcança 47% das brasileiras, ante 26% dos homens.

Os dados são relativos ao final de 2021, e devem ter piorado com a guerra na Ucrânia. Mas servem para mostrar que Bolsonaro é misógino e sexista até na hora de provocar a fome e a miséria.

O desemprego de mulheres é maior do que de homens, que uma vez empregados ganham mais do que as trabalhadoras. As mulheres são alvo de uma violência estimulada pelo chefe do Planalto, que diz ter fraquejado ao ter uma filha e só não estupra mulheres feias. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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