//FERNANDO PESCIOTTA// Inflação e corrupção



O IPCA de março acelerou, foi a 1,62% e levou a inflação de 12 meses para 11,3%, a maior em quase 20 anos.

Economistas avaliam que a inflação continuará em torno de 10% até pelo menos agosto e deverá fechar o ano na mínima de 7,5%, contrariando o discurso oficial do governo e do Banco Central.

Por causa do ritmo e da intensidade da alta de preços, a previsão predominante é de que os juros vão subir ainda mais, ultrapassando os 12,75% ao ano projetados pelo BC.

Há uma fartura de indicadores mostrando que a inflação está disseminada e atinge todas as classes, o que sempre pesa mais para as famílias de baixa renda.

Enquanto isso, a corrupção come solta.

No MEC, a nova descoberta é a construção de 3,5 mil escolas, a um custo de R$ 5,9 milhões do FNDE, aquele fundo que deveria ser de desenvolvimento da educação, mas que está servindo para o enriquecimento do Centrão.

O detalhe é que há mais de 2 mil escolas inacabadas e que não terão recursos para sua conclusão. Entende qual é a jogada?

Outra do fundo de enriquecimento do Centrão é o repasse de R$ 4,1 milhões para a compra de caminhões que estão sendo doados a prefeituras de aliados de Ciro Nogueira, líder da quadrilha que despacha no Palácio do Planalto.

Sim, em vez de livros, caminhões. Esse é o desenvolvimento da educação de Bolsonaro.

Os novos casos de corrupção não param por aí. A Codevasf, estatal do Nordeste entregue ao Centrão, recebeu R$ 3 bilhões dos cofres públicos por meio de emendas parlamentares e não prestou contas do destino desse dinheiro.

Além disso, a Engefort, empreiteira que usa empresa de fachada, ganhou 53 das 99 concorrências feitas pela Codevasf, faturando R$ 620 milhões. Num governo que não investe em infraestrutura, esse dinheiro é uma fortuna, o segundo maior faturamento de empreiteira em 2021.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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