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Nas gôndolas dos supermercados, em meio à percepção de desabastecimento e preços altos, marcas tradicionais dão lugar a outras desconhecidas.
Com o botijão de gás custando R$ 150 em São Paulo, as distribuidoras passaram a parcelar o pagamento.
Consumidores fazem fila nos postos de gasolina para abastecer o carro antes de reajuste de até 25%.
Mais do que números frios e distantes, a inflação está tangibilizada nos hábitos e costumes dos brasileiros, que podem se preparar para outras desilusões.
Nesta semana, o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central vai anunciar nova alta dos juros básicos, a Selic, e indicará como deverá proceder para fazer frente à insistente inflação alta e uma economia que anda devagar.
É o que os economistas chamam de aperto monetário, tirando dinheiro de circulação para conter o consumo e, assim, fazer os preços baixarem.
Quando a atividade econômica vai bem, esse mecanismo pode funcionar, mas no nosso caso só trará ainda mais desalento.
Bolsoasno reclama da Petrobras, por elevar o preço dos combustíveis. A empresa, a exemplo de qualquer outra corporação, acompanha o mercado. O problema é que, assim como (não) fez na pandemia, seu governo não tem mecanismos de proteção, não adota políticas de incentivo ao crescimento, não tem planejamento para enfrentar crises.
O liberalismo adotado pelo governo não permite o controle de preços, mas também não se preocupa com a outra ponta, a do comprador, cujo bolso está vazio por causa do arrocho salarial e pela falta de emprego.
O Brasil precisa urgentemente de governantes que se preocupem com sua gente.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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