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Em recente encontro com empresários, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que os corruptos “devem ir para a puta que pariu”.
Ele deve saber do que está falando. O ministro, segundo a imprensa, é citado pela PF em investigações de corrupção no DNIT.
Tarcísio se filiou ao PL, o mesmo partido do seu chefe e de Valdemar Costa Neto, que dispensa apresentações. Para completar, especula-se que Paulo Skaf será seu vice.
À boca pequena, empresários do setor de infraestrutura comentam decisões de Tarcísio insinuando mal feitos. A concessão da Dutra é suspeita.
Especialistas do setor disseram à Folha que a modelagem de muitos projetos, principalmente de ferrovias e rodovias, favoreceu a Rumo e a CCR, a mesma que ganhou a concessão da Dutra, rodovia com o maior movimento de veículos do País.
Sem palanque em São Paulo, onde tem adversários mais fortes do que nos demais Estados, Bolsonaro pressionou Tarcísio a se candidatar a governador. Ele resistia, topava no máximo disputar o Senado, mas acabou topando para ajudar o senhor das mortes.
O bolsonarismo rompeu com todas as forças políticas que estavam com ele no Estado em 2018. São Paulo é o maior colégio eleitoral do País e concentra o poder econômico.
Nesse nível de conversa, o verbo pressionar é modo de falar. Como não existe almoço grátis, a candidatura dá margem para entender que se trata de uma decisão por motivações pouco ortodoxas.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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