//CIDADE// Vereadores voltam atrás nas críticas a dono de restaurante da Represa Santa Lídia

 


O Parque Ecológico Adib João Dib, conhecido como Represa Santa Lídia, foi mais uma vez tema de discussão da Câmara Municipal, na sessão de quinta-feira, 3 de fevereiro.

Os vereadores voltaram atrás nas críticas dirigidas ao proprietário do restaurante, alvo de comentários nas redes sociais na semana passada. O presidente da Câmara, César Augusto Borboni, o Ney, disse que o parque é para caminhadas e outras atividades esportivas, não para realizar churrascos ou para nadar.

“O proprietário veio conversar comigo e não foi nada daquilo que ocorreu nas redes sociais”, reconheceu o líder do prefeito na Câmara, Beraldo Cattini (PSC). O vereador havia se solidarizado com a moradora que disse ter sido constrangida pelo empresário ao parar seu carro no estacionamento do restaurante.

Nenhum dos vereadores chegou a pedir desculpas ao empresário, mas reconheceram que uma criança que estava se afogando na represa, na semana passada, foi salva pelos funcionários do estabelecimento.

A Câmara Municipal aprovou um requerimento em que questiona o Executivo se há ou não salva-vidas e guarda patrimonial no local, além de solicitar informações sobre o contrato de concessão de uso do estabelecimento comercial instalado no parque.

Alguns vereadores defenderam a permanência de salva-vidas para evitar acidentes. “Esse requerimento veio na hora certa”, disse Wagner Del Buono, o Waguinho, lembrando que chegou a redigir pelo menos uns três requerimentos semelhantes em suas legislaturas anteriores.

Waguinho lembrou que frequentadores usam o local para se refrescar na represa. "É um parque bonito, onde as pessoas vão se refrescar, deve ter salva-vidas”, afirmou. Cattini disse que acha difícil para a prefeitura manter um salva-vidas e um guarda patrimonial no local, mas enfatizou a importância da permanência desses dois profissionais.

O presidente da Câmara, no entanto, se posicionou totalmente contrário ao uso da represa para as pessoas se banharem ou nadarem por lazer. “Sou contra fazer churrasco naquele local, contra as pessoas que não tem conhecimento de nadar”, afirmou. Ney informou que dez pessoas morreram afogadas no local. 

Ney lembrou que desde sua gestão à frente da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico, o projeto idealizado para o Parque Adib João Dib é explorar o potencial ecológico e esportivo do local para atrair não só turistas, mas pessoas interessadas em investir no setor imobiliário serrano.

“Desde quando era secretário de Turismo, pensamos em mudar aquele parque, foi sempre visando o bem-estar, ou seja, seria um local de caminhada, de esporte para trazer os eventos de triatlo para Serra Negra”, afirmou.

Ney acha que a represa é apropriada para o treinamento de profissionais da natação. “Não é local para criança banhar-se, porque senão acontece o que já ocorreu várias vezes”, salientou. Também, na sua avaliação, o local apropriado para realizar churrascos em Serra Negra é a Represa Jovino Silveira, que conta com churrasqueiras, lixeiras, fontes e banheiro.

Ele sugeriu que as crianças frequentem o Conjunto Aquático Municipal de Serra Negra e que a prefeitura deixe de cobrar o ingresso das que não têm recursos financeiros.

“Sou a favor que a Câmara faça com a prefeitura um decreto para isentar de cobrança de taxas nas piscinas públicas das crianças de menor renda”, concluiu.

A discussão mais uma vez desconsiderou o Decreto Municipal nº 5.354, que dispõe sobre o funcionamento de parques da cidade, assinado pelo prefeito Elmir Chedid em 7 de janeiro de 2022 e publicado no Diário Oficial do município de 31 de janeiro.

Esse decreto veta uma série de atividades nos parques. Proíbe, por exemplo, o uso da represa para banhar-se, a circulação de embarcações motorizadas, como o jet ski, o uso de amplificadores e alto-falantes sem autorização expressa, e os frequentadores de fazerem churrascos - a exceção é o Parque Represa Dr. Jovino Silveira, liberado para tal fim. Prevê ainda que bebidas alcoólicas devem ser consumidas exclusivamente nos empreendimentos comerciais existentes nos parques.




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