//FERNANDO PESCIOTTA// A queda de um gigante



Nesta quinta-feira (3), as ações da Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, caíram 26,39% na Bolsa de Nova York.

A empresa perdeu US$ 225 bilhões em valor de mercado, a maior desvalorização em um só dia em toda a história.

Para se ter uma ideia, a empresa com o maior valor de mercado da América Latina é a Petrobras, cotada a US$ 83 bilhões.

A perda do Facebook num único dia equivale a quase três Petrobras, ou o equivalente ao PIB de Portugal.

A justificativa dada pelos analistas de mercado é o desempenho financeiro. Na véspera, a Meta havia divulgado balanço do quarto trimestre de 2021 mostrando lucro líquido de “apenas” US$ 10,29 bilhões.

Esse resultado significa queda de 8% em relação a igual período de 2020, auge da pandemia e dos negócios digitais.

Por trás da análise financeira estão questões mais sensíveis para a companhia. Na verdade, bancos e investidores começam a temer pela sustentação do negócio chamado Facebook.

A empresa perdeu US$ 10 bilhões em receita desde que a Apple mudou as diretrizes de privacidade, em 2021, prejudicando o modelo de negócios baseado em publicidade direcionada.

Se vê também um veloz avanço do Tik Tok, em outra demonstração de força da economia da China.

Nenhuma empresa agressiva em vendas pensa uma estratégia de comunicação que não passe pelo Tik Tok, que come relevantes fatias de mercado do Facebook.

Quando se fala em comunicação digital, deve-se levar em consideração a velocidade absurda com que as coisas mudam. Não existe acomodação, as transformações são cotidianas, no formato, no conceitual e no estratégico.

O Face não vai acabar, longe disso, mas é muito provável que mude de tamanho. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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