//FERNANDO PESCIOTTA// Governabilidade



Os líderes do Centrão não estão muito preocupados com o resultado da eleição presidência e já rifaram Bolsonaro. Arthur Lira, Ciro Nogueira e demais caciques sabem que permanecerão no poder ganhe quem ganhar.

O Congresso, especialmente a Câmara, passou a ter papel ainda mais determinante nos rumos políticos do País e pode até aprovar o projeto de semipresidencialismo.

As manobras de Lira visam garantir sua recondução ao comando da Câmara em janeiro de 2023.

Lula sabe disso e trabalha para também ganhar peso no Congresso. Se perder a eleição, terá força oposicionista. E se ganhar, sabe que terá forte quebra-de-braço com a direita e precisará se impor ao Centrão para que o preço de adesão do grupo não fique tão alto.

Essa é uma das razões de Lula insistir na dobradinha com Geraldo Alckmin e pressionar candidatos do PT nos Estados a pensarem numa estratégia nacional. Jacques Wagner entendeu e concorda em abrir mão de sua candidatura ao governo da Bahia, deixando espaço para uma coligação com o PSD.

É o mesmo motivo que leva Fernando Haddad a aceitar uma fórmula de escolha para ser candidato em São Paulo. Pelo acordo firmado com o PSB de Marcio França, em abril os partidos farão uma pesquisa e quem estiver à frente será o candidato a governador.

No Rio de Janeiro, não será surpresa se uma reviravolta levar o prefeito Eduardo Paes a ser candidato de uma centro-esquerda unificada.

Lula tem insistido também para que o PT reserve seus principais nomes para disputar uma cadeira na Câmara. O apoio do Congresso será essencial para ele governar e arrumar a ruína deixada por Bolsonaro.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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