//CULTURA// Sem política e lei de preservação, Serra Negra pode perder seu passado

 


A ausência de uma política pública e de uma legislação de preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade destruiu a maior parte da memória de Serra Negra. Sem a interferência do poder público o patrimônio remanescente, que não se restringe a imóveis, pode se apagar com o tempo.

Essa é uma das conclusões do debate sobre preservação do patrimônio histórico e cultural realizado pelo programa Serra Negra na Roda, transmitido pela página do Facebook, nesta sexta-feira, 18 de fevereiro.

Participaram da conversa Nestor de Souza Leme, responsável por uma página no Facebook dedicada a publicar fotos antigas sobre Serra Negra, a restauradora Vânia Machado, encadernadora e especialista em restauração, que há 30 anos presta serviços para acervos públicos e privados, e Guida Gerosa, formada em educação artística pela Fundação Armando Álvares Penteado, restauradora de porcelanas, móveis, telas e outros objetos.

“O patrimônio histórico em Serra Negra foi desaparecendo aos poucos e hoje poucas casas ainda resistem. Fiz recente uma postagem comparando o passado com o presente e Serra Negra hoje parece um bairro como o de qualquer outra cidade”, comparou Nestor.

Guida lembrou que a preservação não é apenas a memória, mas também a arte, a natureza e os locais. “É a identidade de um povo”, destacou.

Vânia afirmou que o patrimônio histórico e cultural define a identidade de uma cidade. Sem a preservação, a restauradora explica que Serra Negra ficou sem identidade própria, o que impacta no turismo.

A descaracterização do município também foi atribuída à falta de continuidade das políticas públicas nas alternâncias no poder público. 

“Cada governo que entra não tem a memória do outro. Se muda o prefeito, faz questão de esquecer da memória do outro", disse Guida. Praças públicas e monumentos, como o portal da cidade, lembrou, são coisas construídas por um prefeito e depois destruídas por outro.

Os participantes do debate lamentaram ainda a ausência de uma Secretaria de Cultura, sem a qual projetos artísticos e culturais ficam sem o apoio necessário para a execução. Nestor lembrou que o atual diretor de Cultura, Danilo Maninente, responde também pela Secretaria de Esportes.

A seguir, a íntegra do programa:


   

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