//CARLOS MOTTA// Vestígios do passado

 


Ele existe. Não é escancarado, se revela timidamente, como se estivesse com medo de se mostrar. Mas ele existe - e resiste.

O passado não é explícito nas ruas desta Serra Negra que quer parecer moderna. Mas basta andar pelas ruas centrais, umas centenas de metros, para ver que nem a ganância nem a sanha predadora dos homens foi capaz de extirpá-lo da paisagem.

Desprotegido, insultado, caluniado, ele resiste. 

Está ali, numa janela, numa porta, num telhado, num detalhe quase invisível, espremido, camuflado, pois só assim pode sobreviver.

O passado pede respeito, o passado construiu o presente, o passado é a base do futuro.

Nenhuma cidade consegue apagar seu passado.

Por mais que os homens tentem, algum vestígio sempre restará.

Se não aos olhos, ao menos no coração.

(Fotos: Carlos Motta)

































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