//ANÁLISE// Ato falho

                                                                                                                                                                            

Fernando Pesciotta

Na entrevista para tentar explicar a pedalada fiscal para impor o Auxílio Brasil, o ministro da Economia anunciou André Esteves como novo chefe do Tesouro.

Diante da gargalhada dos jornalistas, percebeu o ato falho – o novo secretário do Tesouro é Esteves Colnago.

André Esteves, de reputação duvidosa e cotado para ser ministro, é o atual dono oficial do BTG Pactual, banco originalmente criado por Paulo Guedes.

Na véspera do ato falho, Esteves cometeu uma série de inconfidências numa palestra fechada para clientes do banco. Um dos presentes a gravou e enviou o áudio para o site Brasil 247.

Na última vez que encontrei Esteves, ele revelou seu orgulho por ter tentado agredir um jornalista em pleno voo da Ponte Aérea.

Na palestra, Esteves se gabou de ser procurado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que buscava conselhos para a política monetária. E disse ter influenciado o STF na decisão de independência do BC.

Naquele mesmo dia, o presidente da Câmara, Arthur Lira, telefonou para saber a real densidade da crise interna no Ministério da Economia. Ou seja, para um dos mais influentes políticos do Brasil atual, quem sabe das coisas do ministério não é o ministro, mas o banqueiro boçal e intelectualmente paupérrimo.

Guedes, ao defender a pedalada fiscal eleitoreira, já sabia do vazamento do áudio, o que ajuda a explicar o ato falho.

O Brasil de Bolsoguedes se transformou numa pocilga. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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