//CIDADE// Prefeito anuncia asfalto e serranos pedem casas populares



Salete Silva


O prefeito Elmir Chedid (DEM) e os vereadores da oposição gravaram vídeos, que foram publicados na página do Facebook da Prefeitura, para prestar esclarecimentos sobre a dívida contraída pela administração municipal com a Caixa Econômica Federal (CEF) e os investimentos na cidade planejados para os próximos dois anos e meio.

A prefeitura fez empréstimo de R$ 18 milhões por meio do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), linha de crédito oferecida pela CEF. Desse total, R$ 15 milhões serão investidos em obras de infraestrutura, em especial asfaltamento de cerca de 50 ruas.

O projeto de lei do Executivo que prevê a dívida de R$ 18 milhões com a CEF foi aprovado por unanimidade e sem debate em plenário na sessão da Câmara Municipal da semana passada (30 de agosto).

Os comentários de serranos nas postagens dos vídeos do prefeito e dos vereadores indicam que a população, no entanto, está mais aflita com outros problemas provocados pela crise econômica e a alta da inflação. 

Uma das principais preocupações apontadas é com os aluguéis, que são os gastos que mais pesam no custo de vida dos serranos, ao lado das despesas com alimentação.

Boa parte dos comentários dos moradores da cidade pede a criação de programas para a construção de moradias populares.

“Vocês deveriam fazer mais casas populares, tirar os pobres dos aluguéis muito altos. Casas sim, não condomínio. Pensa com carinho prefeito e responde para nós (sic). Vou agradecer muito”, dizia um dos comentários.

A expectativa do prefeito, no entanto, é que o investimento de R$ 15 milhões em asfaltamento vai resultar nos próximos dez anos na construção de 1.500 imóveis nas 50 ruas e vias asfaltadas.

As construções não seriam de casas populares, mas, na avaliação do prefeito, vão contribuir para criar empregos.

“O investimento dará crescimento ordenado à Serra Negra. Quem tem lote nas ruas que serão asfaltadas vai construir um imóvel, gerando emprego na área da construção civil para engenheiros, pedreiros, eletricistas, jardineiros e até para quem vai fazer a limpeza”, afirmou Chedid.

Além da importância do programa de investimento para o desenvolvimento econômico de Serra Negra, o prefeito considera vantajosas as condições de pagamento oferecidas pela linha de crédito da CEF.

Uma delas seria, segundo Chedid, carência de dois anos para início do pagamento da dívida. Esse prazo começa a contar a partir do repasse à prefeitura da primeira das oito parcelas de R$ 2,250 milhões a cada 90 dias.

Segundo o prefeito, a dívida será corrigida com juros anuais de 3,69%, acrescidos da variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Na sua avaliação é uma das melhores condições de pagamento oferecidas pelo mercado. “Conseguimos financiamento na CEF e temos como pagar com tranquilidade”, comemorou.

O prefeito não explicou, no entanto,  qual seria o impacto na correção da dívida e na capacidade de pagamento pela prefeitura da alta da inflação e das taxas de juros nos próximos meses prevista pelos economistas e pelo próprio Banco Central.

A espiral inflacionária deverá elevar a Selic, taxa básica de juros da economia, a 7%, o que provocaria uma alta do CDI, no qual está baseada a correção da dívida contraída pela prefeitura, a 10,5% ao ano.

Dos R$ 18 milhões tomados da CEF, cerca de R$ 3 milhões serão investidos na reforma do Centro de Convenções para adequá-lo às necessidades da administração municipal que será transferida para o local.

O presidente da Câmara Municipal, César Augusto Borboni (PSC), informou em vídeo que com essa transferência a prefeitura vai economizar cerca de R$ 60 mil mensais, equivalentes aos atuais gastos com os aluguéis dos imóveis em que funcionam secretarias e departamentos municipais.

Guinada econômica

A injeção de R$ 30 milhões na economia serrana provenientes de recursos repassados pelos governos federal e estadual nos próximos meses, informou o prefeito, deverá promover a retomada da economia da cidade no pós-pandemia.

O prefeito estaria optando por uma estratégia chamada de anticíclica, que tenta reverter a queda do consumo, provocada pela alta da inflação e das taxas de juros, com aumento dos gastos públicos.

Chedid informou ainda que pretende investir R$ 30 milhões até 2023 em asfaltamento de estradas rurais, recuperação de vias públicas, parques, jardins e praças, entre as quais a Praça Sesquicentenário, pontos turísticos, como Alto da Serra, e nas rotas turísticas. Esses recursos serão usados também para investimentos em saúde e educação.

Na página do Facebook da Prefeitura, os cidadãos deixaram suas reivindicações e opiniões sobre como desejam que esses recursos sejam utilizados.

Além de um programa de construção de casas populares, os serranos sugerem ruas para serem asfaltadas. Os moradores pedem também maior atenção a algumas áreas importantes para o lazer e a melhoria da condição de vida da população, como o Parque Fonte São Luiz, em estado de deterioração, apesar dos gastos recentes da prefeitura para sua revitalização.

Os moradores reclamam também das condições de atendimento médico no Hospital Santa Rosa de Lima e reivindicam mais pediatras para a cidade. Além disso, fazem um alerta: não querem pagar a dívida do financiamento da CEF com reajuste do Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU).


 


Comentários

  1. Aumenta o imposto depois vai p braganca

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  2. "A prefeitura fez empréstimo de R$ 18 milhões por meio do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), linha de crédito oferecida pela CEF. Desse total, R$ 15 milhões serão investidos em obras de infraestrutura, em especial asfaltamento de cerca de 50 ruas."

    Por acaso, em quantas dessas 50 ruas que serão asfaltadas já existem galerias pluviais e rede de esgoto? Ou o asfalto, muito significativo em termos eleitorais, será quebrado posteriormente quando essas obras de infraestrutura forem realizadas?

    Interessante que nenhum dos vereadores levantou esse tema, não é mesmo?

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