//EDUCAÇÃO// Volta às aulas presenciais provoca alívio e temor

 


A volta às aulas presenciais no município trouxe alívio aos pais que estão enviando seus filhos à escola e melhorou a aprendizagem das crianças que tinham dificuldades em assimilar o conteúdo pelo sistema online.

O retorno, no entanto, causa apreensão entre educadores que admitem ser a forma presencial a mais eficiente para o aprendizado, mas que ainda temem o aumento dos casos de infecção pela covid-19 devido à chegada da nova variante Delta ao município e ao comportamento de parte dos alunos que reluta em seguir os protocolos.

Essa é a conclusão do debate realizado no Serra Negra na Roda transmitido nesta quinta-feira, 13 de agosto, pela página do Facebook da Casa da Cultura e Cidadania Dalmo de Abreu Dallari.

As entrevistadas desta semana foram a pedagoga Cristiane Crespo Ignacio, tutora na rede de ensino estadual de Serra Negra, e Jucilene Domingues de Souza, graduada em artes visuais, mãe uma aluna de inclusão do 2º ano do Ensino Fundamental I da Escola Professora Maria do Carmo de Godoy Ramos e de uma aluna do ensino fundamental II do Sesi de Amparo.

“Como mãe, considero a volta às aulas muito importante, porque um ano e meio em casa trouxe muitas dificuldades e problemas para as crianças, tanto psicológicos, emocionais, como educacional”, afirmou Jucilene. Ela lembrou que a filha mais velha começou a pandemia com 11 anos e meio e já está com 13 anos. “A transição de menina para adolescente no meio da pandemia compromete muito sua socialização”, lamentou. 

Portadora de trissomia do cromossomo 21, síndrome de Down, a filha caçula de Jucilene, que até o ano passado estudava na rede de ensino municipal, não avançou no aprendizado por não contar com uma profissional especializada para acompanhá-la durante a pandemia.

“Assumi a função da professora da turma dela, que mandava as páginas da apostila para serem feitas. Só que pela condição diferenciada da Larissa, era muita atividade”, explicou. Seu aprendizado, assim como o da irmã, é maior no sistema presencial. “Está sendo muito bom para elas, vão e voltam felizes da escola. A convivência social é muito importante”, salientou.

O sistema online de educação reduz o aprendizado de todos os alunos de forma geral, avalia a tutora Cristiane. As plataformas exigem adaptação de alunos e professores. As aulas online prejudicaram o aprendizado. Mas Cristiane tem dúvida de que o retorno das aulas ocorreu no momento ou na forma correta.

“Tenho dúvida se a retomada das aulas deveria ser na forma em que está voltando, com essa quantidade de alunos”, afirmou. Ela acredita que talvez o melhor seria esperar pelo menos pela primeira dose da vacina nas crianças e adolescentes.

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Como nem todos os pais estão mandando os alunos para as aulas presenciais, as salas de aula estão com 12 a 14 alunos em média. “Como trabalho com adolescentes e pré-adolescentes, sinto que muitos deles acham que está tudo bem, que acabou, que está normal”, lamentou. Alguns seguem os protocolos rigidamente, outros negligenciam a higienização e o afastamento.

A expectativa de Jucilene é que a escola continue funcionando nos próximos meses e até o fim do ano letivo. “O meu desejo é que não pare e que seja disso para melhor e que até o fim do ano, cumprindo os protocolos, com o uso de máscara até o fim do ano, mas que as escolas se mantenham abertas”.

Cristiane manifestou o mesmo desejo de manter as escolas funcionando, mas faz um alerta: “Acredito muito na ciência, nas pesquisas, mas nada mais justo que fechar se houver uma circulação de vírus significativa e o número de casos subir, não adianta insistir, é ruim ficar em casa, é um prejuízo para os alunos, mas é necessário”, concluiu.

Assista a seguir à íntegra do programa:



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