//ANÁLISE// Dick Vigarista

                                                                                                                                                                                       


Fernando Pesciotta


Sempre que falo de Bolsonaro me lembro de Richard "Dick" Milhous Dastardly, personagem-vilão de desenhos animados das décadas de 1970/80.

Conhecido como Dick Vigarista, o personagem fazia sucesso na Corrida Maluca por ser o malvado da trama. Estava sempre disposto a uma falcatrua para ganhar a disputa com os concorrentes.

Inventar mentiras, como a história da mamadeira de piroca, ou construir “narrativas” falsas, como a urna eletrônica que “rouba votos”, são artifícios facilmente utilizáveis pelo Dick Vigarista.

Essa memória me foi reforçada quando soube que a CPI do Genocídio quer enquadrar Bolsonaro por charlatanismo. Perfeito. Dick Vigarista tem tudo a ver com charlatanismo.

Fico imaginando nosso personagem passando pela Penélope Charmosa e vê-la sofrendo um mal súbito. Ele é capaz de parar o carro para ministrar uma poção milagrosa, daquelas da Maga Patalógica, para garantir que a mocinha não vença a disputa.

Bolsonaro cansou de ser grosseiro com mulheres. Quem não lembra do “cala boca” na repórter que lhe fez uma pergunta pertinente? Ou do “não te estupro porque você não merece”? Está certo, nem o Dick Vigarista seria capaz disso, mas os tempos eram outros. Os malvados eram mais bonzinhos.

Nem sua própria palavra ele honra. Combinou que se a proposta da aberração do voto impresso fosse votada na Câmara, mesmo após ser rechaçada em comissão especial, nunca mais falaria disso. A Câmara votou, vetou e Bolsonaro cumpriu a palavra? Claro que não. É o próprio Vigarista.

Charlatão também é perfeito para Bolsonaro, mas não é tudo. Tem muitas outras tipificações para ele.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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