//PANDEMIA// Vacinação reduz ocupação de UTIs nos Estados para menos de 90%



O avanço da vacinação continua a reduzir a internação de pacientes com covid-19 em unidades de terapia intensiva (UTIs) no país e, pela primeira vez desde dezembro de 2020, nenhuma unidade da federação está com mais de 90% desses leitos ocupados. O dado consta do Boletim Observatório Covid-19, divulgado nesta quarta-feira (14) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo os pesquisadores da Fiocruz, a vacinação tem feito diferença e traz reflexos positivos ao quadro pandêmico à medida que é ampliada.

Em Serra Negra, cerca de 51% da população já recebeu a primeira dose da vacina e 19% recebeu o ciclo completo. Até ontem (13), 20 pacientes estavam isolados em residências e apenas três estavam em leitos de UTI, não havendo nenhum paciente internado na enfermaria do Hospital Santa Rosa de Lima.

O boletim da Fiocruz mostra que quatro unidades da federação permanecem na zona de alerta crítico, com mais 80% dos leitos ocupados. A pior situação é a de Santa Catarina (82%), seguida por Goiás (81%), Paraná (81%) e Distrito Federal (80%).

A maior parte do país encontra-se na zona de alerta intermediário, em que as taxas de ocupação variam entre 60% e 80%, e sete Estados estão na zona de alerta baixo, com menos de 60%: Acre (24%), Amapá (47%), Espírito Santo (55%), Paraíba (39%), Rio de Janeiro (57%), Rio Grande do Norte (55%) e Sergipe (50%).

Entre as capitais, Goiânia é a única com mais de 90% dos leitos ocupados (92%), e a situação também é considerada crítica em Brasília (80%), Rio de Janeiro (81%) e São Luís (81%). De acordo com a Fiocruz, 12 capitais estão fora da zona de alerta: Porto Velho (57%), Rio Branco (24%), Belém (48%), Macapá (52%), Natal (53%), João Pessoa (40%), Recife (50%), Maceió (55%), Aracaju (50%), Salvador (52%), Vitória (54%) e Florianópolis (53%). As demais estão na zona de alerta intermediário.

Os pesquisadores avaliam que a imunização tem feito a diferença para a queda dos porcentuais, mas alertam que as vacinas têm capacidade limitada de bloquear a transmissão do vírus, que continua a circular de forma intensa. "As vacinas são especialmente efetivas na prevenção de casos graves", resume o estudo, que pede a continuidade do distanciamento social, do uso de máscaras e dos cuidados com a higiene, além de reforçar que todos devem buscar a vacinação conforme o calendário de seus municípios.

"A preocupação com a possibilidade de surgimento de variantes com potencial de reduzir a efetividade das vacinas disponíveis é pertinente e não pode ser perdida de vista", ressalta o boletim.

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O relatório destaca ainda que os indicadores de incidência e mortalidade da covid-19 no país estão em queda pela terceira semana seguida. Apesar disso, a pandemia mantêm níveis altos, com média de mais de 46 mil novos casos e 1,3 mil óbitos diários nos últimos sete dias. 

O boletim da Fiocruz diz ainda que o cenário pode indicar um arrefecimento mais duradouro da pandemia nos próximos meses, mas ressalta que isso dependerá da intensificação da campanha de vacinação, da adequação das práticas de vigilância em saúde, do reforço da atenção primária e da adoção das medidas de proteção individual.

São Paulo

A letalidade entre os pacientes hospitalizados pela covid-19 caiu 46% no Estado de São Paulo em junho, em comparação com o mês de março, auge da segunda onda da pandemia no território. O dado é similar à redução de internações, que foi de 44% no mesmo período.

“A queda acentuada da letalidade do coronavírus em São Paulo é resultado dos altos índices de cobertura vacinal. A melhor forma de preservar vidas é com a vacina, e foi o que aconteceu, principalmente entre os idosos acima dos 70 anos, que já tomaram a primeira e a segunda dose da vacina. A maioria dos vacinados, 80%, com duas doses tomou a vacina do Butantan”, disse o governador João Doria (PSDB).

Junho registrou a taxa de letalidade mais baixa do ano entre os hospitalizados: 19%, com 7.004 pacientes que faleceram mesmo recebendo assistência devido à gravidade clínica. Em março, o número foi três vezes maior, de 35%, a mais alta do semestre, equivalente a 23.427 mortes entre os internados.

Os declínios nas estatísticas, segundo o governo do Estado, são resultado do reforço dos protocolos sanitários por meio da Fase Emergencial do Plano São Paulo que passou a vigorar também em março, aliado aos índices de cobertura vacinal alcançada pelo PEI (Plano Estadual de Imunização) contra a covid-19, principalmente entre os idosos acima dos 70 anos que já possuem esquema vacinal completo, ou seja, receberam a primeira e a segunda dose das vacinas.

Todas essas faixas etárias atingiram coberturas vacinais acima da meta de 90% estipulada na campanha. A faixa etária acima de 90 anos teve cobertura de 95%, e nesse grupo a letalidade entre internados caiu 24%. Entre os grupos 100% imunizados, as quedas foram ainda maiores: de 26% entre 80 e 89 anos, e de 34% na faixa de 70 a 79 anos.

O Estado já ultrapassou a marca de 62% de adultos vacinados com a primeira dose e de 20% com esquema vacinal completo. Mais de 29,5 milhões de doses já foram aplicadas nos 645 municípios.

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