//ANÁLISE// Pesquisa expõe fragilidades do governo

                                                                                                                                                                                                           

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


O fim de semana prolongado pelo feriado de 9 de Julho foi fértil em notícias ruins para Bolsonaro, apontado em pesquisa como desonesto, falso, incompetente, despreparado, indeciso, autoritário, “pouco inteligente” e amigo dos ricos.

O levantamento do Datafolha mostra aumento da rejeição ao governo e das intenções de voto em Lula. Pela primeira vez, a maioria (51%) diz que o governo Bolsonaro é ruim ou péssimo.

Ainda conforme a pesquisa, 63% consideram Bolsonaro “incapaz” de liderar o Brasil, 70% concordam que há corrupção no governo e 58% criticam a presença de militares na gestão.

O levantamento também indica que os empresários são a parcela da sociedade com o maior porcentual de apoio ao governo, com 49% deles se dizendo satisfeitos. Nenhuma surpresa.

Com seu DNA golpista e sempre disposto a criar cortinas de fumaça, Bolsonaro respondeu que só aceitará a eleição em 2022 com votos impressos e chamou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE e favorável à urna eletrônica, de “idiota” e “imbecil”. Também nenhuma surpresa.

Bate o desespero. O cenário não tem nenhum ponto favorável ao genocida. O Datafolha ainda revela que a maioria (54%) apoia um pedido de impeachment.

Aliados do governo desdenham a pesquisa. Acham que o programa de vacinação e a recuperação da economia construirão um novo cenário eleitoral em 2022.

Eles podem ter razão, infelizmente. Mas ainda não dá para cravar que a recuperação da economia será inclusiva. Por enquanto, sobram dúvidas sobre a recolocação de um enorme contingente de desempregados.

Na verdade, quando falam em estabilidade em 2022 os aliados pensam no Bolsa Família. Essa é a verdadeira aposta de Bolsonaro, o que explica o caráter de quem se elegeu dizendo que iria acabar com um programa classificado como “bolsa vagabundo” e agora depende dele para tentar se reeleger.

Pelo jeito, Bolsonaro não engana mais ninguém, nem aqueles que o apoiam.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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