//PANDEMIA// Número de mortes cresce seis vezes no Circuito das Águas Paulista


 

Lucas Menezes

A epidemia não dá trégua: depois do declínio do número de casos e mortes por covid-19 no Circuito das Águas Paulista desde a última semana de março de 2021, os casos e mortes voltam a crescer, 34% e 500%, a mais nesta primeira semana de junho, em relação à primeira semana de maio. É isso que mostram os números atualizados no último sábado (5/junho/2021) pelo grupo da brasil.io, que coleta os dados das secretarias estaduais de Saúde. 

O número de casos (34%) cresceu mais do que no Estado (25%) e no Brasil (2%), mas o que surpreendeu mesmo foi o aumento no número de mortes na nossa região: enquanto Estado e Brasil tiveram decréscimos de 19% e 24%, na nossa região o número de mortes foi seis vezes o valor registrado há um mês (aumento de 500%). 

Esse aumento fez com que o Circuito das Águas ultrapassasse o Estado no acumulado de casos confirmados por cem habitantes (ver gráfico). Enquanto a média estadual é de 7,2%, a região apresenta 7,5% da população que já foi contaminada com o novo coronavírus. Holambra (10,4%) e Águas de Lindoia (8,1%) estão acima até mesmo da média nacional de 8% da população. 

Apesar do número de casos mais alto, Holambra chama a atenção por ter o menor número de mortes da região. Já Águas de Lindoia se mantém no patamar alto quando observamos a parcela de mortes na população: são 1,81 mortes a cada mil habitantes, ficando atrás somente da sua vizinha Lindoia, com mais de 2 mortes a cada mil habitantes. Mesmo assim, nesse quesito toda a região fica abaixo das médias estadual e nacional (2,47‰ e 2,23‰), apesar de ter se aproximado mais desses valores no último mês. 

No momento, as cidades que mais preocupam são Jaguariúna e Socorro, que apresentaram a semana com mais mortes por covid-19 desde o início da pandemia - 36 e 12 mortes, respectivamente, um aumento de 700% e 300% em relação à primeira semana de maio. Mas a maioria das cidades também apresentou aumento no número de casos confirmados pela doença, o que coloca a região em situação delicada. 

A chegada do inverno no hemisfério sul e da variante indiana no Brasil (e, provavelmente na região) preocupa os especialistas em relação à alta probabilidade da chegada de uma nova onda de contaminação. Esses podem ser os motivos para a alta disseminação neste mês de maio. 

Além disso, o feriado nacional de Corpus Christis trouxe muitos turistas para a região. O contato entre as pessoas de fora e os habitantes locais certamente aumentou a disseminação de variantes do vírus na nossa região, e seu impacto no número de casos e mortes virá nas próximas semanas, infelizmente. 

Algumas cidades, como Serra Negra, iniciarão a partir desta segunda-feira (7/junho/2021) uma fase mais restritiva de circulação de pessoas. A medida se mostra atrasada, mas pode conter a disseminação se a população aderir às medidas propostas, principalmente de uso de máscaras daqueles que têm que se arriscar pra trabalhar. 

Entendo que houve pressão para que as cidades turísticas da nossa região mantivessem seus estabelecimentos abertos no feriado. Espero que agora mostrem responsabilidade de aderir a todos protocolos de segurança impostos para que uma tragédia não se consuma nas próximas semanas.


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