//CRÔNICA// As surpresas de meus amigos em Serra Negra

Carlos Motta

Um amigo de longa data, jornalista da melhor cepa, esteve em Serra Negra neste feriado. Veio com a esposa, se hospedaram num dos mais conceituados hotéis da cidade. Tudo certo por lá, contou. Pessoas distantes umas das outras, horários de refeição previamente escolhidos, bufê servido por funcionários devidamente mascarados. Pequena quantidade de pratos, porém. "Só vi aglomeração de crianças, mas isso é inevitável nesses lugares", observou.

O casal chegou na sexta-feira, fim da tarde. Precisou ir a uma farmácia, e foi nessa ocasião que teve a primeira surpresa da viagem. Ao chegar no Centro, se espantou com os bares superlotados. "Era gente demais para uma pandemia", disse meu amigo.

A segunda surpresa da viagem foi a falta de infraestrutura turística que observaram na cidade: "Se você não conhece Serra Negra, fica sem saber o que tem para se fazer por aqui, onde ir, quais os passeios, quais os pontos turísticos", comentou, desanimado, meu amigo.

Ele fez uma comparação com a pequena Monte Verde, que visitou recentemente: "Lá existe um posto de informações ao turista, o pessoal que faz passeios está todo na rua principal, à vista dos turistas."

Ah, lembrou: os visitantes de Monte Alegre facilmente põem a mão - e os olhos - num mapa da localidade, no qual estão os principais pontos de interesse para os turistas.

Perguntei a esse meu amigo se nem no hotel em que se hospedou havia algum tipo dessa preciosa informação, básica, mas extremamente necessária a qualquer turista: o que a cidade oferece de bom aos seus visitantes.

A resposta foi curta: "Não."

Bem, para resumir a história, o casal ficou sem conhecer os atrativos de Serra Negra.

Em compensação, passamos algumas horas de ótima conversa, relembramos casos de décadas atrás, falamos dos nossos planos, rimos e nos despedimos com a esperança de tornarmos a nos encontrar brevemente.

Antes da despedida, fui com meu amigo a uma loja da Rua Coronel Pedro Penteado que vende uma quantidade enorme de lembranças, artesanato, bugigangas e brinquedos. É que ele queria levar presentes para a neta. 

Foi lá que teve a terceira surpresa da viagem: de repente, a loja, de corredores estreitos e mal ventilada, ficou cheia.

"Ué", perguntou, "não era para ter a entrada controlada?"

"Era", respondi.

E fomos embora o mais rápido possível.


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