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Fernando Pesciotta
Bolsonaro pode ter cometido um grave erro estratégico na reação às denúncias de corrupção na compra da vacina Covaxin. Ele colocou a crise dentro do Palácio do Planalto, e não no Ministério da Saúde, onde rifar o ministro poderia ajudar a estancá-la.
O deputado bolsonarista Luís Miranda (DEM-DF) disse ter alertado pessoalmente o presidente para indícios de irregularidade na compra da Covaxin.
O parlamentar é irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, que relatou ao MPF ter sofrido pressão incomum para assinar o contrato.
O deputado afirmou ter tornado público o caso por orientação do presidente da Câmara, Arthur Lira, que confirmou essa versão.
A CPI do genocídio pediu um esquema de segurança para proteção do deputado e de seus familiares.
Faz sentido. O posicionamento do governo foi uma ameaça. “Deputado Luís Miranda, Deus está vendo. Mas o senhor não vai se entender só com Deus, vai se entender com a gente também”, disse o ministro Onyx Lorenzoni, que ocupa uma sala ao lado de onde Bolsonaro despacha.
Onyx disse, ainda, que mandou a Polícia Federal investigar os denunciantes, em vez de investigar a denúncia.
Em sinal de desespero, além de ameaçar, o ministro mentiu. Disse que não houve compra da vacina.
Porém, o governo empenhou R$ 1,6 bilhão para assegurar o pagamento da Covaxin, conforme registrado no Siafi. E só não efetuou o depósito porque a vacina não chegou.
Em resposta a requerimento do deputado Gustavo Fruet, no início de maio, o Ministério da Saúde incluiu a Covaxin na lista das vacinas compradas.
Com ameaças e mentiras, Bolsonaro não consegue negar que enquanto o povo morria por falta de vacina, ele tentava ganhar um por fora. A crise está no terceiro andar do Palácio do Planalto. Para removê-la, basta tirar Bolsonaro.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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