//ANÁLISE// Fixação sexual

                                                                                                                                                                             

                                                                                                                                                    


Fernando Pesciotta


Para a seita bolsonarista, tudo tem alguma conotação sexual. Freud explica.

Na CPI do genocídio, a Capitã Cloroquina reafirmou que a Fiocruz, responsável pela produção da única vacina “patrocinada” pela União, é tomada por “gays e esquerdistas”.

Ela disse ser uma “constatação dos fatos” que havia um pênis inflável na porta da Fiocruz.

A Capitã Cloroquina não sabe, mas a Fiocruz fez 120 anos e o símbolo da comemoração era uma seringa. Para Mayra Pinheiro, que se diz médica, uma seringa não é uma seringa, é o aparelho reprodutor masculino.

O senador Luis Carlos Heinze não ficou atrás. Como integrante da seita, ele também é defensor da cloroquina.

Disse que um estudo publicado pela revista The Lancet que associa o uso da cloroquina à maior mortalidade de pacientes com coronavírus é "fraudulento" e foi feito por uma empresa cuja gerente é uma "atriz pornô".

Trata-se de uma fake news que ficou famosa entre bolsonaristas.

No texto falso, uma foto da ex-atriz pornô Mia Khalifa é usada como sendo de uma médica infectologista brasileira chamada Marcela Pereira e que estaria "conduzindo um estudo em larga escala do uso da cloroquina no tratamento da covid-19 com resultados muito animadores".

Como esclarece reportagem de O Globo, obviamente, é mentira.

Os dois episódios, ocorridos na mesma sessão da CPI, são uma clara demonstração da mediocridade de um governo eleito sob a alegação de que seu adversário queria distribuir “mamadeira de piroca” nas escolas.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com                                                                      

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