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Fernando Pesciotta
No dia em que o Brasil registrou 456.753 mortes por covid-19, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse à CPI do genocídio que manifestações de Bolsonaro impediram a conclusão da negociação com o Ministério da Saúde para a produção e fornecimento da CoronaVac em 2020.
Não fosse a intervenção de Bolsonaro, o Brasil seria o primeiro país a ter a vacinação contra a covid-19.
Pelo menos 60 milhões de doses da vacina poderiam ter sido utilizadas. Cálculos de especialistas indicam que 250 mil mortes teriam sido evitadas.
Covas contou que tinha tratativas com o então ministro Eduardo Pazuello, mas as conversas foram prejudicadas após Bolsonaro dizer que não compraria a “vacina chinesa”.
“Não abro mão da minha autoridade. Da China não compraremos nunca, é decisão minha”, repetiu Bolsonaro diversas vezes.
O depoimento de Dimas Covas contradiz o que Pazuello afirmou à mesma CPI. Apesar da desautorização pública de Bolsonaro, Pazuello negou ter recebido ordens para não comprar a vacina. Mentiu.
Covas disse, ainda, que fez três ofertas de vacinas que não foram nem respondidas pelo ministério.
Em vez de comprar vacina, o inominável apostou em crendices. Documentos oficiais da Casa Civil entregues à CPI mostram que um “ministério paralelo” da Saúde fez ao menos 24 reuniões no Planalto e no Alvorada para tratar de estratégias de “combate” à pandemia.
Nesta quinta-feira (27), o genocida confirmou que conversa “todo dia” sobre o assunto com o pastor Malafaia.
Ao mesmo tempo, ingressou no STF com nova ação para impedir que Estados adotem medidas restritivas, estratégia de combate à pandemia anterior à era cristã.
Por isso caminhamos triunfalmente para meio milhão de mortos, por enquanto.
Pelo menos, avança o número de brasileiros a favor do impeachment. Segundo pesquisa Poderdata, agora 57% quer o fora Bolsonaro.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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